Com paralisação dos jogos, reunião nesta segunda definirá o futuro do Paulistão

Por recomendação do Ministério Público, autoridades sanitárias decidiram suspender a competição

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 07h59
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LEONARDO SGUACABIA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Gabriel Menino, do Palmeiras, disputa lance com Renato Cajá, da Ferroviária Independente da reunião, a Federação Paulista de Futebol pretende manter a data da Final do Campeonato Paulista para 23 de maio

Uma reunião na manhã desta segunda-feira, 15, entre representantes do Governo de São Paulo, Federação Paulista de Futebol e do Ministério Público (MP) vai decidir os rumos do Campeonato Paulista. Por recomendação do MP, as autoridades sanitárias decidiram suspender a competição. Para Guilherme Barbosa, Coordenador de MBA de Gestão e Marketing Esportivo do Ibmec o período é delicado, porém é preciso encontrar uma solução para a retomada da competição, que envolve milhares de profissionais direta ou indiretamente. “É máquina gigantesca que envolve a essência do clube, a receita daquele clube vem do futebol, na qual se pagam milhares e milhares de funcionários. Essa m´quina tem que girar, essa máquina tem que estar funcionando.”

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em economia do esporte, Jorge Pires, entende a preocupação dos clubes em manter as atividades e gerar receita, mas destaca que, com mais de 2 mil mortes diárias pela Covid-19 no país, é preciso priorizar a vida. Ele não vê com bons olhos a possibilidade das rodadas do Paulistão serem disputadas em outros Estados. “É a pior atitude possível, na minha visão. Tudo que você não quer permitir a transmissão e você vai permitir que essa transmissão seja interestadual. Vai permitir que alguns jogadores e comissão técnica levem vírus para outros Estados ou tragam de outros Estados para cá”, disse.

Os clubes, especialmente os de menor porte, aguardam com ansiedade o resultado da reunião. O entendimento é que os campeonatos não devem parar. Com os cofres combalidos, muitos times preveem o agravamento da situação caso a determinação persista e não haja alternativas. O presidente do Rio Preto Esporte Clube, José Eduardo Rodrigues, argumenta que o meio do futebol é um dos mais seguros, pois segue os protocolos de forma rigorosa. “Não se tem notícia do falecimento de nenhum atleta. Não se tem notícia de nenhum atleta estar em UTIs. Não se tem notícia de que os atletas estejam o vírus. Portanto, não são os agentes transmissores desse terrível vírus. Portanto, a decisão é contraditória e ela não consulta os interesses do clube, dos atletas, dos seus patrocinadores, da torcida e traz um grande prejuízo aos clubes. Quem irá pagar essa conta?”, questionou. Independente da reunião, a Federação Paulista de Futebol pretende manter a data da Final do Campeonato Paulista para 23 de maio.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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