Com três de Paulinho e pintura de Neymar, Brasil goleia Uruguai e fica a um passo da Copa

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 23/03/2017 22h23
Lucas Figueiredo / CBF Paulinho comemora o gol de empate na partida entre Uruguai e Brasil

A vaga para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, é uma questão de tempo para o Brasil. Nesta quinta-feira, a Seleção superou mais um grande obstáculo ao derrotar de virada o Uruguai, por 4 a 1, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, em Montevidéu, e chegar aos 30 pontos na classificação. Com esta quantidade de pontos jamais uma equipe ficou fora do Mundial e, por isso, a presença já é lógica e depende apenas dos números para se confirmar, o que deve ocorrer na próxima terça-feira.

O Brasil comandado por Tite, agora com sete vitórias consecutivas, superou a maior série anterior da equipe nas Eliminatórias, conquistada por João Saldanha, em 1969. A nova marca foi estabelecida de forma convincente, ao golear de virada o Uruguai, que estava invicto como mandante desde 2009.

A partida do líder das Eliminatórias contra o segundo colocado foi o confronto de diferentes propostas de jogo. De um lado o Uruguai se recusava a ficar com a posse de bola e optava pela postura defensiva, à espreita do contragolpe, para acionar Cavani ou Rolán em lançamentos. Do outro, o Brasil trocava passes, buscava triangulações e tentava cansar o adversário.

A Seleção previa um jogo truncado, ao estilo Libertadores da América. O roteiro se cumpriu, felizmente, só dentro de campo. Do lado de fora as duas torcidas chegaram juntas ao Centenário, em clima de confraternização. Não houve vaias durante os hinos, nem a presença de 60 mil uruguaios representou um ambiente tão amedrontador. A multidão via o jogo calada, com manifestações apenas nos momentos mais agudos.

A classificação do Brasil à Copa tem tudo para vir sem sustos e, por isso, o aprendizado em Montevidéu será uma experiência muito importante. Pela primeira vez desde a chegada de Tite a equipe saiu atrás no placar. Marcelo tentou recuar de peito para Alisson, a bola saiu sem força e o goleiro derrubou Cavani. O atacante uruguaio bateu aos nove minutos para fazer 1 a 0.

A desvantagem parecia uma armadilha ao nervosismo, pois deu ao Uruguai a comodidade de ficar à espera do contra-ataque. Para a bola chegar até Neymar ou Philippe Coutinho era preciso atravessar uma bem armada fortaleza. Era preciso tranquilidade e confiança para relembrar que antes do gol uruguaio, o Brasil quase havia saído na frente. Essas virtudes a equipe juntou aos poucos e após jogada trabalhada da esquerda, com Neymar, a bola chegou para Paulinho bater no ângulo e empatar, aos 19 minutos.

A igualdade representou um pouco mais de justiça ao futebol apresentado, porém quem criava mais, como o Brasil, tinha o direito de sonhar com algo melhor. Firmino, o substituto de Gabriel Jesus, havia perdido uma chance clara no começo do jogo, para se redimir no início do segundo tempo. Ele chutou, o goleiro deu rebote e Paulinho, novamente, apareceu na área para concluir, aos seis minutos.

A vantagem fez a pressão mudar de lado. Passou a ser o Uruguai quem propunha o jogo e quem passou até a ver a torcida mais tensa no estádio. As jogadas mais duras passaram a aparecer. Para o bem do Brasil, a equipe aprendeu a sofrer quando é necessário e a definir o jogo quando mais se precisa. Coube a Neymar fazer o gol que deu tranquilidade ao Brasil, com um toque de cobertura, após contra-ataque, um lance capaz de cativar aplausos dos uruguaios e gritos de “o campeão voltou” vindos da torcida verde-e-amarela.

E ainda houve tempo para um quarto gol, para sacramentar a expressiva vitória. Aos 47 minutos, Daniel Alves cruzou para Paulinho, livre na pequena área, empurrar a bola para as redes com o seu peito. Foi o terceiro gol do volante na partida, para definir a goleada brasileira por 4 a 1. 

Agora, na próxima terça-feira, o Brasil receberá o Paraguai na Arena Corinthians, em São Paulo, e poderá até sacramentar a vaga na Copa dependendo de uma combinação de resultados. Já o Uruguai, segundo colocado nas Eliminatórias com 23 pontos, tentará se reabilitar como visitante diante do Peru.

Opinião JP

Para os comentaristas da Jovem Pan, Flávio Prado e Mauro Beting, a Seleção Brasileira encontrou dificuldades apenas no início da partida. Depois com a movimentação dos jogadores, o time comandado pelo técnico Tite se encontrou, empatou e virou o placar diante do Uruguai, em pleno estádio Centenário.

“Foi uma grande atuação do Brasil, uma grande atuação do Paulinho. Um volante moderno, passador, que conduz a bola e não apenas destrói as jogadas. E foram essas características que ajudaram o Brasil a conquistar a virada e a vitória indiscutível diante do Uruguai”, analisou Flávio Prado.

Mauro Beting destacou a tranquilidade dos jogadores brasileiros, que mesmo saindo atrás do placar, foram em busca do empate e virada. “O Brasil soube trabalhar a bola e teve um aproveitamento absurdo no ataque. Hoje o Brasil de Tite está pronto. Do goleiro ao centroavante. Um time equilibrado. Hoje vimos um show de bola em cima do Uruguai”.

Ouça os gols da partida entre Uruguai e Brasil:

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