Cronologia de investigações relacionadas a Fifa nos últimos anos

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 10h46
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EFE Joseph Blatter

As investigações divulgadas nesta quarta-feira na Suíça e Estados Unidos sobre supostos casos de corrupção no futebol mundial, estão incluídas em uma longa lista de casos em que o nome da Fifa já esteve envolvido.

A escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, e o esquema de suborno e cobrança de comissões por dirigentes, remete a casos como os das renúncias de João Havelange à presidência de honra da entidade, a de Ricardo Teixeira como presidente da CBF, entre outras.

Cronologia:

2002

Fevereiro

– 28: O jornal britânico “The Daily Mail” revela uma possível compra de votos na primeira eleição de Joseph Blatter como presidente da Fifa, em 1998.

Maio

– 05: Um relatório apresentado no Comitê Executivo pelo secretário-geral da Fifa, Michel Zen-Ruffinen, acusa Joseph Blatter por desvio de fundos.

– 10: Cinco vice-presidentes da Fifa, junto a outros seis integrantes do Comitê Executivo, abrem processo contra Joseph Blatter, por causa da publicação do relatório de Zen-Ruffinen.

2010

Outubro

– 17: O jornal britânico “The Sunday Times” publica que vários altos dirigentes da Fifa estariam dispostos a oferecer seu voto a uma candidatura concreta ao Mundial 2018 em troca de subornos. Joseph Blatter ordena a abertura de investigação sobre o caso.

– 20: A Comissão Ética da Fifa afasta durante 30 dias o francês Reynald Temarii, vice-presidente do Comitê Executivo, e ao nigeriano Amos Adamu, membro do mesmo órgão, que “The Sunday Times” filmou com uma câmera secreta enquanto pediam dinheiro em troca de seu voto.

Novembro

– 18: Desabilita um ano a Temarii e três a Adamu, por pedir dinheiro em troca do voto.

– 29: A emissora britânica “BBC” divulga um documento confidencial da empresa de marketing esportiva ISL sobre supostos subornos a três membros do Comitê Executivo da Fifa, o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o camaronês Issa Hayatou. A informação vinculava um dos vice-presidentes da Fifa, o trinitino Jack Warner, com o esquema de revenda de ingressos em várias edições da Copa do Mundo.

Dezembro

– 02: A Rússia ganha o direito de organizar a Copa do Mundo de 2018, em segunda votação por maioria absoluta dos 22 votos do Comitê Executivo da Fifa. Na primeira rodada, a Inglaterra foi a primeira eliminada com 2 votos, ficando atrás da Holanda/Bélgica com 4, Espanha/Portugal 7 e Rússia 9. Na segunda, Holanda/Bélgica recebeu 2 votos, Espanha/Portugal 7 e Rússia 13.

Para a escolha da sede da Copa de 2022 foram feitas quatro rodadas de votos. Na primeira, a Austrália caiu eliminada, na segunda o Japão, na terceira a Coreia do Sul. Na quarta e última, o Catar venceu e alcançou a maioria absoluta com 14 votos, contra 8 dos Estados Unidos.

– 09: Blatter diz que Copa do Mundo no Catar é uma dívida com o mundo árabe e garante que é “uma loucura” pensar que sua concessão e a da Rússia, seja uma questão de dinheiro.

2011

Maio

– 10: O ex-presidente da Federação Inglesa David Triesman denuncia na Câmara dos Comuns que os diretores da Fifa, Jack Warner, Nicolás Leoz, Ricardo Teixeirae o o tailandês Worawi Makudi, tentaram suborná-lo, em troca de votar na Inglaterra como organizador do Mundial de 2018.

– 29: A Comissão de Ética suspende provisoriamente o vice-presidente Jack Warner e o catariano Mohammed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática, por possíveis violações do Código Ético da entidade, relacionadas com as eleições à presidência da Fifa daquele ano, em que Hammam foi único aspirante junto a Blatter. A comissão também investigou o vencedor do pleito, mas este não recebeu nenhuma punição.

Junho

– 01: Joseph Blatter é reeleito para um quarto mandato como presidente da Fifa e propõe que, a partir daquele momento, seja o Congresso da entidade que eleja as sedes, além de propor reforço à Comissão de Ética e a criação de um Comitê para resolver denúncias de corrupção.

Agosto

– 06: Fifa suspende por toda a vida o catariano Mohammed Bin Hammam, por violação do Código Ético.

Outubro

– 06: O secretário-geral da Concacaf, o americano Chuck Blazer, anuncia que renunciará ao cargo. Blazer denunciou a possível compra de votos por Jack Warner e Mohammed Bin Hammam nas últimas eleições à presidência da Fifa.

2012

Maio

– 25: A Fifa aprova, quase por unanimidade, as reformas para melhorar transparência, entre elas fortalecer sua Comissão de Ética, que passa a estar formada por um órgão de investigação e outro de decisão, e melhorar o controle interno com uma Comissão de Auditoria e Conformidade, com o jurista ítalo-suíço Domenico Scala à frente.

Julho

– 11: A Fifa publica a documentação do caso ISL (empresa que comercializou os direitos audiovisuais de suas competições até a falência, em 2001), que confirma que João Havelange e Ricardo Teixeira receberam subornos milionários procedentes da empresa ISL.

Havelange percebeu 1,5 milhão de francos suíços em 1997 e Teixeira, pelo menos, 12,74 milhões de francos suíços entre 1992 e 1997.

Dezembro

– 17: A Fifa desabilita por toda a vida Bin Hammam, por desvio de fundos, em aplicação de seu novo Código Ético e após uma investigação da Comissão de Ética, mesmo com a renúncia do dirigente tendo sido protocolada dias antes.

2013

Janeiro

– 29: A revista francesa “France Football” publica que o Catar comprou o direito de sediar a Copa de 2022 e cita, entre outros, o presidente da Associação Argentina de Futebol, Julio Grondona – morto em julho de 2014 -, Nicolás Leoz, Ricardo Teixeira e chega a relacionar o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, pelo contrato de patrocínio com companhia aérea catariana.

A informação citava também uma reunião entre o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e o emir do Catar, que teve presença do presidente da Uefa, Michel Platini, membro do Comitê Executivo da Fifa, que votou a favor do Catar e admitiu isso publicamente.

Abril

– 23: O presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, renuncia do cargo de membro do Comitê Executivo da Fifa e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, por motivos de saúde.

2014

Junho

– 01: O jornal britânico “The Sunday Times” publica documentos que mostram que Mohammed Bin Hammam, fez pagamentos de US$ 5 milhões a dirigentes de futebol da África para comprar votos na eleição para sede da Copa do Mundo de 2022.

Os arquivos provam a existência de dez fundos controlados pela Kemco, empresa de construção do milionário catariano, que fizeram os pagamentos e transações para as contas dos presidentes de 30 federações nacionais africanas.

– 03: O jornal britânico “The Daily Telegraph” publica que o presidente da Uefa, Michel Platini, se reuniu com Bin Hammam antes da escolha da sede do Mundial ao Catar e almoçou no Palácio do Eliseu com o então presidente francês, Nicolas Sarkozy, o filho do Emir do Catar e o primeiro ministro do país, em novembro de 2010

Michel Platini defendeu no mesmo dia, sua “total transparência”, ao ser o único membro do Comitê Executivo da Fifa que reconheceu ter votado ao Catar. No entanto, o dirigente rejeitou ter votado sob algum tipo de pressão.

Setembro

– 05: O órgão de instrução da Comissão de Ética da Fifa, presidido pelo ex-promotor americano Michael J. García, fecha a investigação sobre a escolha das Copas de 2018 e 2022, com um relatório de 350 páginas e o transfere à Câmara de Decisão para esta que se pronuncie.

Novembro

– 13: Presidente do órgão de decisão da Comissão de Ética da Fifa, o alemão Hans-Joachim Eckert, conclui que não houve irregularidades nos processos das candidaturas, deixa em mãos do órgão de instrução a possibilidade de iniciar procedimentos individuais e utiliza o princípio de confidencialidade para não tornar público o relatório.

Michael J. García anuncia que apresentará recurso perante a Comissão de Apelação da Fifa pelo fechamento da investigação.

– 18: A Fifa apresenta perante a promotoria federal suíça, em Berna, uma denúncia pelo possível comportamento irregular de algumas pessoas, em relação aos processos de escolha das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Dezembro

– 17: Michael J. García renuncia depois que a Comissão Disciplinar rejeitou seu recurso contra o fechamento da investigação.

2015

Maio

-27/mai. As autoridades suíças detêm a sete dirigentes da Fifa em Zurique, por acusações de corrupção. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos torna pública uma investigação sobre organização mafiosa, fraude maciça e lavagem de dinheiro.

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