“DIS tem de reclamar com Santos, não com Neymar”, diz N&N Consultoria

Em participação exclusiva no Jornal de Esportes desta quinta-feira, o CEO das empresas de Neymar tratou de minimizar os efeitos da bomba que agitou o mundo do futebol na última quarta-feira: o pedido de dois anos de prisão para o craque por parte do Ministério Público espanhol. 

Homem forte da N&N Consultoria, Altamiro Bezerra disse não ter entendido a reabertura do processo que já havia sido arquivado pela Justiça da Espanha. Além disto, pediu para que DIS, fundo de investimentos que formalizou a acusação contra o jogador, reclame com o Santos, e não com o craque – o grupo, que detinha 40% dos direitos econômicos de Neymar, alega ter sido enganado na transferência que sacramentou a ida do atleta para o Barcelona. 

“Em 2009, a DIS comprou 40% dos direitos econômicos do Neymar por R$ 5 milhões parcelado em dez vezes. A partir daquele momento, o Neymar não tem mais nada a ver com a DIS. Ele recebeu dez parcelas de R$ 500 mil para que a DIS ganhasse, do Santos, 40% do valor de uma possível venda dele. Se a DIS quiser reclamar, tem que reclamar com quem vendeu, que foi o Santos“, afirmou Bezerra, com exclusividade, à Jovem Pan.

O CEO das empresas de Neymar também fez questão de reafirmar que a transferência do craque não foi fechada por quase 90 milhões de euros, como alegam Santos e DIS. De acordo com Bezerra, a venda foi sacramentada, sim, pelos 17,1 milhões de euros anunciados à época – a repartição dos valores foi feita a partir desta última quantia, considerada fictícia pelo clube brasileiro e pelo fundo de investimentos. 

“O valor da transação foi de 17,1 milhões de euros. Não existe nenhum valor fora este. O Santos recebeu esta quantia do Barcelona“, garantiu Bezerra. “Quando falam em quase 90 milhões de euros, as pessoas se referem aos contrato de trabalho. Não tem nada a ver com a negociação de direitos econômicos. Para o clube comprador, o custo da transação não se encerra no pagamento dos direitos econômicos, é óbvio. Tem, também, os custos de trabalho do jogador“, explicou. 

Para finalizar, Altamiro Bezerra revelou que o pedido de dois anos de prisão a Neymar não afligiu o craque – uma vez que o processo é longo e, há quatro meses, já havia sido arquivado pela Justiça espanhola. “O MP, na verdade, apenas apresentou uma acusação. Agora, o juiz vai recebê-la e intimar a parte que está sendo acusada para que ela possa se defender… Então, não há um fato novo”, esclareceu o CEO das empresas do craque. 

“Na verdade, o Neymar ainda não foi oficialmente intimado, então, não sabemos o que a DIS e o MP espanhol estão solicitando nesta reabertura do processo. Nós fomos inocentados, e, agora, o processo foi reaberto. E agora? Vão nos acusar do que? Só vamos saber quando fomos intimados”, finalizou.