Ex-membro do Comitê Executivo da Fifa admite subornos nas Copas de 98 e 2010
Nova York, 3 jun (EFE).- O americano Chuck Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, confessou em depoimento feito em 2013 e divulgado nesta quarta-feira que tinha aceitado suborno para designar as sedes das Copas do Mundo de 1998 e 2010.
Chuck Blazer foi secretário-geral da Concacaf e, há dois anos, se declarou culpado de várias acusações, incluindo a de extorsão e lavagem de dinheiro.
No depoimento revelado hoje pela justiça norte-americana, Blazer reconhece que tanto ele como outras pessoas aceitaram desde 1992 uma série de subornos para escolher as sedes do torneio de 98, que foi realizado na França, e também para o de 2010, que aconteceu na África do Sul.
No caso do Mundial de 2010, Blazer frisou que os subornos foram recebidos por ele e também “por outros (integrantes) do Comitê Executivo da Fifa”, com o objetivo de fazer com que a África do Sul fosse escolhida como sede.
Blazer foi integrante do Comitê Executivo de 1997 a 2013 e, segundo reconhece na declaração que leu diante do juiz Raymond J. Dearie, entre suas responsabilidades estava a de “participar da seleção dos países sedes”.
Como secretário-geral da Concacaf, entre 1990 e dezembro de 2011, ele também participou da seleção dos lugares onde seria disputada a Copa Ouro, organizada por essa entidade regional a cada dois anos.
Blazer também aceitou receber subornos sobre direitos de transmissão das Copas Ouro disputadas em 1996, 1998, 2000, 2002 e 2003.
A transcrição desse depoimento judicial permanecia selada no tribunal onde aconteceu, mas no dia 27 de maio representantes de quatro veículos de imprensa de Nova York pediram que o sigilo fosse quebrado.
A pedido da procuradoria, o juiz aceitou que fossem mantidas em segredo de justiça partes da transcrição, de 40 páginas. Por isso, desde a página 35 até a 38, há partes do documento que estão cobertas.
Blazer leu no tribunal um documento de 19 páginas no qual aceita a culpa pelas acusações apresentadas contra ele, como crime organizado, conspiração para delinquir, fraude fiscal e corrupção.
A causa foi apresentada pela então procuradora federal do distrito de Nova York, Loretta Lynch, agora procuradora-geral dos Estados Unidos, a mesma que anunciou na semana passada uma vasta operação para processar, nos Estados Unidos, dirigentes da Fifa por corrupção. EFE
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