“Futebol brasileiro está falido”, diz Vilson Andrade, presidente do Coritiba

  • Por Luis Carlos Quartarollo
  • 29/07/2014 13h06
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Mandatário do Coxa explicou o que é a Lei de Reponsabilidade Fiscal do Esporte

Divulgação/CBF Futebol brasileiro está falido

“Eu diria que o futebol brasileiro não está quebrado, está falido e só não há intervenção judicial por ser futebol”. Essa frase de Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, expõe toda a situação por qual passa a organização fiscal do esporte no Brasil. Em entrevista a rádio Jovem Pan, o chefe da delegação brasileira na última Copa do Mundo explicou como funcionará a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LFRE), que visa ajudar os clubes no pagamento das dívidas.

Andrade explica que a lei implicará no equacionamento da dívida fiscal de todos os times do Brasil e haverá uma extensão para o prazo de pagamento do montante. Segundo ele, os dirigentes que não cumprirem com as suas obrigações fiscais serão afastados do cargo.

“Há uma responsabilidade dos clubes a partir da publicação da lei. Você tem compromisso do pagamento em dia, responsabilização dos dirigentes, que podem ser afastados do esporte pelo não cumprimento de suas responsabilidades”, informou.

O mandatário do Coxa, que esteve na reunião com a presidente Dilma Roussef junto com outros 11 líderes de clubes na última sexta-feira, comentou que foi apresentado todos os pontos necessários e procuraram atender todas as solicitações das agremiações e do movimento Bom Senso. “Há um nível de aproximação do que os clubes e o movimento querem. A CBF está compromissada, pois ela tem que incluir no regulamento das competições”, revelou.

Possibilidades de queda

Para participar dos Campeonatos da Confederação Brasileira de Futebol, os clubes precisariam apresentar certidões negativas de débito, pagar salários em dia, estariam proibidos de antecipar receitas para além dos mandatos vigentes dos presidentes e estariam sujeitos a punições de até rebaixamento se descumpridas as obrigações. Andrade confirmou a informação e ressaltou que o clube que cair de divisão só poderá retornar caso apresente as certidões de garantia, mesmo que suba em campo.

“Tem a possibilidade de cair sim. Se o clube não apresentar suas certidões, ele não disputa a competição que está capacitada pelo índice técnico. Se um clube do Campeonato Paulista da primeira divisão não apresentar as certidões, ele vai para a Série B. Ele só volta para Série A caso suba dentro de campo e apresente as certidões”, apontou.

Salários menores para jogadores

O presidente do Coritiba revelou que os times serão obrigados a investir 70% de seu orçamento em recursos pessoais, o que implica na queda dos salários de atletas. Cobrando criatividade dos dirigentes para contornar o problema, Andrade alerta que os clubes precisam aprender a pagar o que podem.

“Você tem que pagar o que pode. Hoje o futebol está vivendo de ilusão. Se você analisar os direitos econômicos dos jogadores dos 20 clubes da Série A, duvido que dê 30% de média”, questionou.

“Clubes são culpados pela má situação financeira”

O Botafogo passa por uma crise profunda e não paga os seus jogadores há três meses, situação exposta na última rodada do Brasileirão, quando os atletas entraram em campo com uma faixa que revelava que além do salário, não recebem direitos de imagem há cinco meses e estão sem o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O mandatário enfatizou que toda essa situação no time carioca e em outros clubes brasileiros é culpa dos clubes.

“Não sei da situação do Botafogo, o que eu sei é que os times brasileiros estão passando por momentos muito difíceis e diga-se, por culpa dos próprios clubes. Ninguém pode se isentar disso. Entraram nessa aventura, foram no apelo da arquibancada e deu no que deu”, afirmou.

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