Diretoria do Flamengo nega que tenha recebido valor por fora em venda de Paquetá

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2018 13h21 - Atualizado em 17/10/2018 13h24
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Staff Imagens/ Flamengo Paquetá preferiu ir para o Milan

A diretoria do Flamengo precisou se explicar publicamente sobre a venda de Lucas Paquetá ao Milan. Vice-presidente de futebol do clube, Ricardo Lomba esclareceu que não pode revelar muitos detalhes sobre a transferência, mas negou que ele ou o presidente, Eduardo Bandeira de Mello, tenham recebido algum valor por fora da transação.

Segundo Lomba, há um acordo de confidencialidade com o Milan e por isso ele não pode falar tudo sobre a transferência: “O ideal seria falar absolutamente tudo, do modo mais transparente possível. Infelizmente, o contrato foi assinado nessas bases e uma delas é justamente o valor da transação. Os órgãos do clube terão acesso. Lamento que pessoas absolutamente mal-intencionadas estejam falando na imprensa sobre isso. O clube está absolutamente em primeiro lugar. Se tem uma coisa que não faz parte da minha vida é esconder a verdade. Repudio qualquer informação de que o presidente e eu fomos beneficiados. Me dá vergonha. O Flamengo é maior do que tudo isso”.

A polêmica foi criada porque Paquetá teria sido vendido por um valor inferior ao da multa contratual de 50 milhões de euros (cerca de R$ 214 milhões, pela cotação atual). Os dirigentes defenderam que isso é normal no futebol. A imprensa italiano tem divulgado que o meia foi contratado por 35 milhões de euros (aproximadamente R$ 168 milhões) e assinará um contrato de cinco anos. Pelo compromisso, ele receberia ainda um salário anual de 1,5 milhão de euros (algo de torno de R$ 6,4 milhões).

Sonho europeu

Bandeira de Mello disse que tentou segurar Paquetá, mas a vontade do próprio jogador em atuar pelo Milan teria pesado: “Sempre tentamos prorrogar o contrato dele. Era nosso objetivo dar um aumento substancial e aumentar o valor da multa (rescisória). Mas o jogador tem o sonho de jogar na Europa. E temos que entender isso”.

O dirigente destacou ainda que vê como uma injustiça o fato de a atual diretoria sofrer críticas por ter aceitado negociar o atleta por um valor inferior ao da multa contratual. “Se vocês forem apurar todas as transações de jogadores do futebol feitas, não só pelo Flamengo mas também no mundo, vocês vão encontrar pouquíssimas transações em que o outro clube paga o valor da multa. A multa é colocada em um valor alto justamente por ser uma proteção (ao clube detentor do atleta)”, disse Bandeira de Mello.

E a negociação com um clube europeu, fechada já agora em outubro pelo Flamengo, foi defendida pela diretoria rubro-negra também com o fato de que permitirá ao clube buscar, com um bom período de tempo para isso, a contratação de uma peça de reposição à altura do futebol de Paquetá, grande promessa de 21 anos de idade. “A maior preocupação é que ele não saísse no meio do ano. Vai sair por um valor próximo da multa, sem prejudicar 2018 ou o ano de 2019, saindo no meio do ano, quando é sempre uma transação muito complicada. Dá para fazer um planejamento de reposição”, destacou Ricardo Lomba.

O mesmo discurso foi endossado por Bruno Spindel, que enfatizou nesta quarta-feira: “A ideia foi em cima do benefício esportivo para que ele ficasse até o final do ano. E o fato de fazer a transação em outubro dá ao Flamengo cerca de três meses para planejar o elenco de 2019. Tiramos o risco de o jogador sair de forma inesperada e sem que o Flamengo pudesse repor”.

Com Estadão Conteúdo

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