Dono do Botafogo diz que tem gravações de árbitros do Brasileirão pedindo propina

STJD solicitará a abertura de inquérito para investigar as acusações e vai convocar John Textor para depor; associação de juízes de futebol pediu banimento do empresário

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2024 14h16 - Atualizado em 08/03/2024 14h17
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Vitor Silva/Botafogo Textor em campo na Argentina com blusa do Botafogo O empresário americano John Textor, sócio majoritário da SAF que controla o Botafogo

John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo, reafirmou suas suspeitas de corrupção na arbitragem brasileira após a vitória por 2 a 1 do Botafogo sobre o Red Bull Bragantino, na quarta-feira (6) pela Libertadores. Textor provocou um pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Em entrevista ao jornal “O Globo”, o americano alegou possuir gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propina e prometeu esclarecer o ocorrido no Brasileirão de 2023 em até 30 dias. O procurador-geral do STJD, Ronaldo Botelho Piacente, afirmou que solicitará a abertura de inquérito para investigar as acusações de Textor. O dirigente será convocado para depor e apresentar as provas e gravações mencionadas após a partida.

“Nos últimos jogos do ano passado, o ódio foi tão forte que foi muito difícil para nós. Não pode ser assim, não vamos ganhar campeonatos assim. E os torcedores vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato. Eles sabem o que eu sinto sobre isso, mas não vou divulgar isso na imprensa, é irresponsável. Os juízes na corte esportiva não deveriam estar fazendo piadas com ninguém sobre manipulações e erros”, disse Textor. “Dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho gravações de juízes reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar.”

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A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) emitiu nota defendendo o banimento de Textor caso as acusações não sejam comprovadas. O presidente da entirade, Salmo Valentim, classificou as declarações como “acusações gravíssimas” que colocam em dúvida a integridade da categoria e da estrutura da CBF. A Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) também exigiu a divulgação das provas e prometeu usar todos os meios legais para apurar as acusações. As acusações públicas de Textor começaram no ano passado, durante o Campeonato Brasileiro, e ganharam força após o jogo contra o Palmeiras, em novembro. O dirigente americano afirmou ter provas de manipulação e erros na arbitragem em 2021, 2022 e 2023. Em dezembro, o Botafogo enviou ao STJD um pedido de providências sobre relatórios que apontavam prejuízos ao clube em partidas do torneio nacional, porém o pedido foi arquivado pelo órgão por considerar as razões apresentadas subjetivas e sem consistência.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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