Comitiva brasileira vai à Rússia por caso Robson: ‘Questão humanitária’, diz senador

Presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad (PSD-MS) levará uma carta assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na tentativa de negociar a liberação do ex-motorista do jogador Fernando

  • Por André Siqueira
  • 23/10/2020 11h40
Alex Silva/Estadão Conteúdo/Reprodução Senador e embaixador embarcarão na segunda-feira 26

Uma comitiva brasileira embarcará para a Rússia, na segunda-feira 26, com a missão de negociar com o governo russo a liberação de Robson Oliveira, ex-motorista do jogador Fernando, que hoje atua pelo Beijing Guoan, clube chinês. Oliveira está preso há mais de 500 dias na Rússia por transportar medicamentos proibidos no país para o sogro do atleta, que, à época, jogava pelo Spartak Moscou, um dos principais times nacionais. O senador Nelsinho Trad (PDS-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e a embaixadora Márcia Donner Abriu, entregarão uma carta assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e endereçada ao presidente Vladimir Putin.

“O Robson está injustamente preso, sem ter sido julgado. Está em prisão preventiva. Como questões dessa natureza têm um desfecho diplomático e, sabedores da inocência desse moço, que está sendo acusado de tráfico internacional de drogas por transportar um remédio prescrito ao sogro do atleta, o mínimo que podemos fazer, como representantes populares, é mostrar a injustiça. Estando frente a frente com as autoridades russas é mais fácil de argumentar. Eu vou focar nisso. É uma questão humanitária e minha expectativa é muito boa”, disse Trad em entrevista à Jovem Pan. Nesta quinta-feira 22, a justiça russa prorrogou a prisão preventiva de Robson até abril de 2021. Os advogados que o representam propuseram o pagamento de R$ 730 mil como fiança para que o motorista aguarde a data de seu julgamento em liberdade. O pedido foi negado por ele não ter residência fixa nem emprego no país.

O senador se diz otimista por acreditar haver um precedente na relação diplomática entre Brasil e Rússia. Em agosto de 2016, o terapeuta holístico Eduardo Chianca Rocha foi detido no aeroporto de Domodedovo, nos arredores de Moscou, com chá de ayahuasca, utilizado por ele para meditações pessoais. A bebida, que tem consumo permitido no Brasil, possui uma substância chamada dimetiltriptamina, proibida na Rússia. Em outubro de 2016, o então presidente, Michel Temer, pediu a Vladimir Putin, em um jantar da cúpula dos Brics, que reconsiderasse a situação do brasileiro. Rocha voltou ao Brasil no dia 6 de dezembro de 2018, para cumprir o restante da pena que recebeu por tráfico internacional de drogas. “O presidente Temer fez um gesto dessa natureza há quatro anos, conseguiu trazer de volta um brasileiro que havia sido preso sem saber que cometia um crime. É esse precedente que vamos explorar. Vou levar uma carta feita pelo presidente Bolsonaro, que está muito sensibilizado com o caso. O Brasil vai fazer de tudo para trazer o Robson de volta”, complementou Trad.

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