Ex-presidente do Barcelona, Bartomeu é preso em operação no Camp Nou

O centro das investigações é a contratação por Bartomeu de uma consultoria especializada em proteção de imagem e dados e redes sociais para cuidar da sua reputação e, segundo a acusação, também para difamar rivais políticos e até jogadores

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2021 10h54 - Atualizado em 01/03/2021 10h56
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EFE Josep Maria Bartomeu ao lado de Messi

O Barcelona foi surpreendido nesta segunda-feira, 1º, por uma operação policial de busca e apreensão em seu estádio e escritório. A polícia confirmou que fez detenções, mas não informou o nome dos envolvidos. O episódio tem relação com o chamado “Barçagate”, investigação de dirigentes do tradicional clube espanhol. De acordo com a rádio Cadena Ser, um dos detidos foi o ex-presidente Josep Maria Bartomeu, que renunciou ao cargo em outubro devido às investigações. Também teriam sido presos Òscar Grau, atual diretor geral do clube, Román Gómez, diretor do departamento jurídico. A polícia não confirmou os nomes.

O centro das investigações é a contratação por Bartomeu de uma consultoria especializada em proteção de imagem e dados e redes sociais. O ex-presidente teria contratado a empresa em nome do clube para cuidar da sua reputação. E, segundo a acusação, teria usado também para difamar rivais políticos e até jogadores, inclusive com a criação de perfis falsos nas redes sociais. Alguns dos alvos teriam sido jogadores como Lionel Messi e Gerard Piqué e o ex-treinador da equipe Josep Guardiola. A busca acontece às vésperas de uma nova eleição presidencial no Barça, marcada para o próximo domingo. “O que aconteceu hoje foi consequência de uma péssima gestão no clube na última administração”, disse Joan Laporta, um dos três candidatos do pleito, em entrevista à Lleida Radio. Ele considerou a prisão de Bartomeu “chocante” e “nada boa” para o clube. E disse que o ex-presidente precisa contar com a “presunção de inocência”.

Em nota, a atual gestão do Barcelona afirmou que irá colaborar com as investigações. “Relativamente à entrada e busca da Polícia Catalã esta manhã nos escritórios de Camp Nou por despacho do Tribunal de Instrução n.º 13 de Barcelona, ​​que se ocupa do processo relativo ao contacto com os serviços de vigilância nas redes sociais, o FC Barcelona ofereceu colaborar plenamente com as autoridades legais e policiais para ajudar a esclarecer os fatos que estão sujeitos a investigação. A informação e a documentação solicitadas pela Polícia Judiciária referem-se estritamente aos factos relativos a este caso. O FC Barcelona expressa o seu maior respeito pelo processo judicial em vigor e pelo princípio da presumível inocência das pessoas afetadas no âmbito desta investigação”, comunicou.

A direção do Barcelona já negou diversas vezes tanto a contratação da consultoria quanto o suposto pagamento a mais, para difamar rivais. De acordo com as autoridades, a operação foi realizada pelo departamento de crimes financeiros da polícia. Bartomeu e os demais membros da sua diretoria renunciaram no ano passado em meio às consequências da polêmica envolvendo Messi, que chegou a cogitar deixar o clube em razão dos atritos com o então presidente. O episódio foi apenas um dos que tumultuam os bastidores políticos do Barça, além das dificuldades financeiras causadas pela pandemia. O clube é administrado por um conselho interino desde que Bartomeu saiu em outubro enquanto enfrenta uma moção de censura apoiada por milhares de sócios do clube, irritados com o mau desempenho da equipe e sua situação financeira. As dificuldades do clube começaram a vir à tona após a embaraçosa derrota do time por 8 a 2 para o Bayern de Munique nas quartas de final da Liga dos Campeões na temporada passada, que foi a primeira sem título para o clube espanhol desde 2007/08.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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