Final da Copa da Alemanha: Wendell, do Leverkusen, revela ‘segredo’ para vencer o Bayern

Lateral esquerdo dos Leões recorda vitória sobre o ‘Gigante da Baviera’ e fala em concentração para vencer o torneio; decisão acontece neste sábado, 4, no Estádio Olímpico de Berlim

  • Por Pedro Sciola
  • 03/07/2020 07h12 - Atualizado em 03/07/2020 13h02
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Divulgação/Bayer Leverkusen O brasileiro Wendell é lateral do Bayer Leverkusen desde 2014

O Bayern de Munique vai em busca de mais uma taça na temporada no próximo sábado (4), no confronto diante do Bayer Leverkusen, válido pela final da Copa da Alemanha, no Estádio Olímpico de Berlim, a partir das 15 horas (de Brasília). O time bávaro, no entanto, não deve ter vida fácil. Ao menos, é o que garante o brasileiro Wendell, lateral esquerdo da equipe adversária. Em entrevista exclusiva ao Grupo Jovem Pan, Wendell disse que os Leões prometem jogar “sem medo” contra o atual octacampeão da Bundesliga. “Temos que entrar concentrado. A chave para ganhar do Bayern é não ter medo de jogar. Tentar encarar o adversário de igual para igual e fazer o que o treinador pede. Temos de seguir o plano certinho, porque eles têm um grande poder de decisão”, comentou o atleta de 26 anos.

Apesar de colocar o “Gigante da Baviera” como favorito no embate, Wendell demonstrou confiança no título, que seria o segundo da história no clube – até então, a única conquista do Leverkusen na Copa da Alemanha aconteceu na temporada 1992/93. Assim, o ala recorda a surpreendente vitória por 2 a 1 dos Leões sobre o time Munique, no 1° turno do Campeonato Alemão, em plena Allianz Arena. “Na verdade, é estar focado, fazer as coisas 100% e com concentração. Contra essas equipes, não se pode desligar por um segundo. Então, sabemos que o adversário é  favorito, mas temos a possibilidade e a chance de poder vencê-los. E isso já aconteceu no 1° turno do campeonato, e tudo é possível”, afirmou Wendell, que iniciou sua trajetória no futebol no Londrina e se destacou pelo Grêmio.

Na ocasião, o Leverkusen foi o primeiro time a bater o Bayern de Munique de Hansi Flick. “Foi mais a entrega e a vontade de fazer tudo da melhor maneira possível. Fomos letais nas duas chances que tivemos. E isso jogando em Munique, onde é muito difícil de vencer. Fizemos um grande jogo, que não tivemos espaço para erros. Nós temos que entrar no mesmo espírito de querer vencer e de competir de igual para igual. Quando se entra diminuído ou inferiorizado, acabamos entregando a vitória”, lembrou o jogador, que está no clube desde 2014.

O momento atual, entretanto, é diferente. O Bayern de Munique coleciona um excelente momento, vindo de 25 jogos de invencibilidade, com 24 vitórias e 1 empate, sem perder desde dezembro de 2019. Um dos triunfos, inclusive, aconteceu diante do Leverkusen, em partida realizada pelo segundo turno da Bundesliga. “O Bayern teve um dia de Bayern. Começamos bem, mas, infelizmente, deixamos cair. Os jogadores começaram a impor ritmo, começaram a ganhar confiança e, assim, fizeram quatro gols e poderiam ter feito muito mais. Demos sorte no segundo tempo de eles terem tirado o pé e não forçado mais. E terminou só 4 a 2”, lamentou.

Boa fase: Bayern de Munique conquistou recentemente o oitavo título consecutivo do campeonato alemão

Como já virou rotina no futebol pós-pandemia, a decisão da Copa da Alemanha acontecerá com portões fechados. Para Wendell, o fato de encarar o Bayern de Munique, dono da maior torcida do país, sem a presença de torcedores no estádio, não é uma vantagem. “Eu vou confessar: costumam dizer que, com torcida, é uma grande pressão, mas sem torcida é muito maior. É preciso estar concentrando e focado, e isso, dificilmente, acontece. Estou aqui há seis anos e essa situação é totalmente diferente. É ruim porque, normalmente, os estádios estão sempre cheios, se sente o calor da torcida. Prefiro mil vezes jogar com 250 mil pessoas no estádio do que sem ninguém”, declarou o atleta, que, recentemente, renovou contrato até 2022. “É melhor jogar mesmo com uma torcida contra, que pressiona, do que jogar sem ninguém.”

Confira os principais trechos da entrevista:

Fazer história no Leverkusen – Na verdade, estamos com muita esperança para o título. Acho que é uma possibilidade de entrar na história do Leverkusen, porque o clube não ganha há muito tempo. Estamos preparados e concentrados para fazer um grande jogo. Sabemos que o Bayern de Munique é favorito, mas tudo é possível para aquele que acredita e tem fé.

Nota da redação: O Bayer Leverkusen possui quatro títulos oficiais em sua história, sendo a Copa da Uefa (1987-88) e a Copa da Alemanha (1992-93) os mais expressivos. O clube também ganhou alguns torneios amistosos  – o último conquistado aconteceu em 2005. 

Anular Lewandowski – Na Alemanha, não costumamos falar muito sobre isso. Sabemos da capacidade do Lewandowski, do Muller… Quando eles estão em um bom dia, é difícil para-los. O Lewandowski foi considerado o melhor jogador da liga com tranquilidade e mais do que merecido por tudo que fez na temporada. E não é só Lewandowski, tem os outros 10 e o banco também.

Futuro no Leverkusen – Estou aqui há bastante tempo. Tem o carinho da torcida, do clube, dos companheiros. Mas nunca sabemos o dia de amanhã. No futebol, o mundo gira muito rápido. Temos de ter a tranquilidade de estar numa boa liga, onde as pessoas te respeitam. Isso me deixa tranquilo para seguir aqui até o dia que eles falarem que não dá mais.

Idolatria da torcida do Leverkusen por brasileiros – Eles [torcedores do Leverkusen] têm bastante respeito pelos jogadores brasileiros, desde Tita, Jorginho, Emerson, Paulo Sérgio, Zé Roberto, Lúcio, Juan, Renato Augusto. Todos esses construíram uma grande história no Bayer.

Nota da redação: Wendell é o brasileiro com mais jogos na história do clube (217), à frente de Juan (176), Zé Roberto (150) e Paulo Sérgio (149). 

Kai Havertz, o destaque da equipe – Como pessoa, é um cara que eu me dou muito bem. Brinco todos os dias. Temos respeito mútuo. E é uma pessoa diferenciada. E como jogador, é o que se vê. É concentrado, focado, fora e dentro de campo. Está sempre com a família e merece todo o respeito. Não é à toa que vários times grandes da Europa estão interessados nele. Espero que ele evolua muito mais do que está evoluindo nesta temporada, porque ele vai chegar longe.

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