Nenê marca e garante vitória do Vasco no clássico contra o Botafogo
Nenê fazia uma partida discreta neste sábado (14). Mas, após arriscar de fora da área e contar com um desvio em Joel Carli, o meia-atacante marcou o gol da vitória do Vasco sobre o Botafogo, por 1 a 0, no Maracanã, no Rio, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O duelo, aliás, foi marcado por discussões e reclamações, especialmente no segundo tempo. Em campo, contudo, prevaleceu a falta de inspiração, minimizada pelo lance fortuito de Nenê.
O bom resultado deixou o Vasco na oitava colocação com 39 pontos, quatro atrás do Botafogo, o sexto colocado. E, sobretudo, afastou a equipe da zona de rebaixamento e a colocou na disputa por uma vaga na Libertadores. Na próxima rodada, os dois clubes jogam na quarta-feira, fora de casa: o time de Zé Ricardo encara o Atlético Goianiense no Serra Dourada, enquanto os botafoguenses desafiam o Avaí na Ressacada.
As duas equipes chegaram embaladas para o clássico, mas com desfalques no setor ofensivo. Sem perder há três partidas, o Vasco não podia contar o atacante argentino Andrés Rios, suspenso, e Luis Fabiano, ainda sem ritmo após se recuperar de contusão. Thalles ganhou uma chance.
E o Botafogo, que vencera cinco dos últimos seis jogos na competição, não tinha Roger, recém-operado para a retirada de um tumor no rim, e o meio-campo Matheus Fernandes, suspenso. Para substitui-los, Jair Ventura apostou em Marcos Vinícius e Brenner.
Mas os problemas ofensivos ficaram evidentes. Desde o início o jogo foi moroso e estudado. As duas equipes, assim, pareciam mais preocupadas em não perder e pouco criavam. Embora o mando fosse do adversário, o Botafogo controlava a posse e tocava a bola com Rodrigo Lindoso, Bruno Silva, João Paulo e Arnaldo, mas não oferecia qualquer perigo.
O Vasco esperava. E, em saída fortuita aos 11 minutos, o volante Wellington carregou, nenhum meia apareceu e ele aproveitou para arriscar de longe. Acertou a trave. Dois minutos depois foi a vez de o meia Mateus Vital receber cruzamento rasteiro dentro da área, na primeira jogada bem trabalhada da partida. O chute saiu firme, mas a bola bateu em Carli.
Os sustos não modificaram a proposta do Botafogo. E a falta de eficiência tampouco mudou. A equipe rodava a bola no meio e não conseguia infiltrar – Rodrigo Pimpão e Brenner, por exemplo, eram meros figurantes. Tanto que na única jogada de perigo do time no primeiro tempo os atacantes sequer tocaram na bola: Bruno Silva tocou na direita, Arnaldo cruzou e Marcos Vinícius bateu para a boa defesa de Martin Silva.
Nos minutos finais do primeiro tempo, empurrado pela torcida, o Vasco subiu a marcação e tentou controlar o meio. Nenê e Wagner, contudo, faziam uma partida apática. Assim como ocorrera com o Botafogo anteriormente, a equipe rodava a bola sem conseguir acionar Thalles. Wagner ainda sentiu uma contusão e foi substituído no intervalo por Yago Pikachu.
Tudo continuou igual no segundo tempo: muitos passes laterais ou para trás e quase nenhuma criatividade ofensiva. Os chutes de longe – e sem pontaria – passaram a ser uma alternativa constante às duas equipes. A exceção veio aos sete, quando Mateus Vital aproveitou toque de cabeça. Em vez de chutar, ele matou no peito e deu belo passe por elevação. Dentro da área, sozinho, Nenê bateu firme e Gatito Fernández fez grande defesa.
Foi um bom ensaio do meia-atacante. Se o time pouco produzia, já aos 23, ele ganhou dividida de Igor Rabello, tentou resolver sozinho e arriscou de fora da área. A bola desviou em Joel Carli antes de entrar no canto, sem qualquer chance para Gatito. Os jogadores do Botafogo reclamaram que a bola teria tocado na mão de Nenê, mas o árbitro Vinicius Gonçalves Dias Araújo validou o lance.
Em vantagem, o Vasco se fechou de vez, enquanto Jair Ventura percebeu a inoperância de seu ataque e colocou Vinicius Tanque e Guilherme, respectivamente nos lugares de Brenner e Rodrigo Pimpão. Em campo, porém, a situação pouco mudou: o Botafogo seguiu inoperante e pouco ameaçou Martin Silva. Houve, ainda, um princípio de confusão quando Paulo Vitor simulou ter sido agredido por Bruno Silva. Nada, contudo, que amenizasse a boa vitória – e a festa da torcida vascaína.
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