Seleção feminina fecha 2019 em alta após queda na Copa e chegada de Pia

  • Por Pedro Sciola
  • 31/12/2019 07h00
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Reprodução/CBF A seleção brasileira feminina goleou a Argentina por 5 a 0 na estreia da treinadora Pia Sundhage

A seleção brasileira feminina teve um ano agitado dentro e fora das quatro linhas. Depois de uma péssima sequência em amistosos e a queda nas oitavas de final da Copa do Mundo, diante da anfitriã França, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) demitiu o treinador Vadão e ousou ao escolher a renomada Pia Sudhage para o cargo. Sob o comando da sueca, o Brasil apresentou uma rápida evolução tática e engatou bons resultados, deixando o país dentro do top-10 no ranking da Fifa de 2019.  

Queda no Mundial foi tragédia anunciada 

O Brasil chegou ao principal torneio do planeta em situação desesperadora. Apresentando um futebol pobre e amargando nove derrotas consecutivas na preparação para o Mundial, as brasileiras desembarcaram em solo francês com confiança baixa e desacreditadas por grande parte da imprensa e da torcida. Para piorar a situação, atletas importantes, como a zagueira Érika, perderam a competição por problemas físicos.

O principal culpado, no entanto, era outro. No comando da seleção desde 2017, Vadão não justificava a posição de treinador da equipe nacional nos confrontos da “Amarelinha”. Além de improvisar jogadoras com certa frequência e não tirar o melhor que elas poderiam render, o técnico não conseguia armar uma equipe minimamente competitiva.

Vadão é ex- treinador da Seleção Brasileira Feminina de futebol

Mesmo assim, Vadão foi bancado pela alta cúpula da CBF e comandou o time com Marta, Cristiane, Formiga e companhia. Iniciado o torneio, a seleção surpreendeu ao dar trabalho às adversárias na fase de grupos, ganhando duas partidas (Jamaica e Itália) e perdendo uma (Austrália, de virada). Mesmo com os 6 pontos, a “Canarinho” terminou na terceira posição da chave, determinando a França como rival nas oitavas.

Comanda por Henry, Wendie Renard e Le Sommer, a França chegou ao mata-mata como favorita diante das brasileiras. Em campo, no entanto, o Brasil fez jogo duro e criou oportunidades para garantir a classificação, mas acabou pecando nos arremates e foi derrotado na prorrogação. 

Extremamente criticado após o revés, Vadão acabou sendo desligado da CBF após dois à frente da seleção feminina. Para ocupar a posição, a escolhida foi Pia Sundhage, bicampeã olímpica com os Estados Unidos e referência na modalidade.  

Pia coloca o Brasil no eixo e dá esperanças para 2020

Consagrada e respaldada por torcedores da seleção feminina, Pia Sundhage não precisou de muito tempo para dar a sua cara ao grupo. Logo em sua estreia, a europeia comandou o time que massacrou a rival Argentina por 5 a 0, deixando uma boa primeira impressão.

Fora conseguir resultados expressivos – a seleção verde e amarela ainda não perdeu sob o seu comando – Pia Sundhage vem testando jogadoras da nova safra, como a corintiana Victória Albuquerque, renovando a equipe de maneira gradual.

Isto, por sua vez, não quer dizer que Pia renegou as tarimbadas Marta e Cristiane, que continuam dando alegria aos amantes de futebol feminino. Aliando experiência e juventude, a sueca fechou 2019 com 6 vitórias e 2 empates em oito jogos à frente da seleção.

Assim, a expectativa é que o Brasil chegue para a Olimpíada de 2020, que será realizada em Tóquio, com esperanças de medalha — diferente do que aconteceu no Mundial de 2019.

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