À JP, Caio Ribeiro desabafa sobre fase do São Paulo: ‘O Diniz virou refém do próprio esquema’
Confira a entrevista exclusiva com o ex-jogador; Tricolor paulista não foi poupado pelo comentarista do Grupo Globo
Ex-jogador e comentarista do Grupo Globo, Caio Ribeiro concedeu entrevista exclusiva ao programa Seleção Jovem Pan, no último domingo, e desabafou sobre o momento do São Paulo, que perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro e viu o Internacional abrir quatro pontos de vantagem nesta rodada. De acordo com o ex-atleta do Tricolor, o time paulista até faz um torneio acima das expectativas. Ainda assim, a falta de um plano B do treinador Fernando Diniz está impedindo que a equipe volte a conquistar um troféu, algo que não acontece desde 2012, quando o clube faturou a Copa Sul-Americana.
“O time do São Paulo é um time que faz um campeonato acima das expectativas. O elenco do São Paulo não é para brigar por títulos, mas para estar na Libertadores. Então, eu acho que existe um mérito na ideia de jogo do Diniz e dos jogadores que compraram essa ideia, colocando o time em condições reais de brigar por título, abrindo sete pontos para os rivais. E aí a gente entra num outro momento do campeonato, onde aí, sim, cabe uma crítica à falta de ideias do treinador e de não ter um plano B, além dos jogadores que não entenderam o tamanho da importância deste título para o clube”, declarou Caio Ribeiro durante o programa semanal do Grupo Jovem Pan.
“Os jogadores não podem entrar para um jogo decisivo, como foi contra o Internacional, tão relaxados, achando que é mais um jogo e que pode resolver a partida a qualquer momento, principalmente pela grandeza do seu adversário. E aí vimos o Inter entrando para decidir, enquanto o São Paulo tocava bola, perdendo divida. E acabou 5 a 1 porque o Abel tirou os titulares. Então, os jogadores precisavam dar a cara a tapa, assumir o risco e a responsabilidade. Contra o Coritiba, eu vi um pouco disso, com uma equipe mais ligada. Aí entra a grande crítica ao Diniz: ele virou refém do próprio esquema. Eu sempre elogiei que o São Paulo tem uma cara e uma identidade. Depois que perdeu para o Grêmio, o time perdeu confiança e, consequentemente, rendimento. Quando você faz aquela saída de bola arriscada e está confiante, dá certo. O que mudou? Os adversários entenderam como marca esse estilo e o São Paulo ficou sem plano B. O Diniz tem que identificar os momentos de dificuldade e propôr algo diferente. O São Paulo joga do primeiro ao último minuto da mesma maneira, e nenhum time faz isso. Os jogadores estão em má fase, principalmente os meias, como Daniel Alves, Sara, Igor Gomes e até o Brenner. E tem a falta de ideias, de um plano B, de uma maneira para jogar”, completou.
Caio Ribeiro ainda lamentou o atentado ao ônibus do São Paulo antes do empate com o Coritiba, no último sábado – 14 pessoas foram presas após atacar objetos e atirar rojões contra o veículo que levava a delegação ao Morumbi. “É lamentável o episódio do ônibus. Não cabe mais esse tipo de agressão, de violência. Esse tipo de ação não agrega de nada e o tiro saiu pela culatra. Se os torcedores que fizeram isso achavam que o São Paula mudaria de comportamento, eles viram que estavam errados. Pelo contrário, trouxe insegurança. Que bom que os caras foram identificados, detidos e que sejam presos, de fato”, falou o ex-jogador do Tricolor, que venceu a Supercopa Libertadores (1993), a Recopa Sul-Americana (1994) e a Copa Conmebol (1994).
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