Caio Bonfim conquista medalha de prata inédita para o Brasil na marcha atlética em Paris

Brasileiro vai ao pódio em sua quarta participação nas Olimpíadas; na sua primeira oportunidade, nos Jogos de Londres 2012, terminou carregado por uma cadeira de rodas por conta de exaustão física

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2024 07h31
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Alexandre Loureiro/COB Caio Bonfim da marcha atlétioca Emocionado, Caio afirmou que "hoje eu pude falar para meu pai e para minha mãe: ‘Nós somos medalhistas olímpicos’"

Caio Bonfim ganhou a medalha de prata na marcha atlética 20km nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O atleta completou o percurso da prova no entorno à Torre Eiffel em 1h19min09s, nesta quinta-feira (01). O ouro ficou com o equatoriano Daniel Pintado. O bronze, com o espanhol Alvaro Martin. O brasileiro vive uma redenção, após ter ficado em quarto na prova da Rio 2016. Embora tenha sido o melhor resultado da história do Brasil em Olimpíadas até então, o atleta ficou a apenas cinco segundos do medalhista de bronze, o australiano Dane Bird-Smith. Nos Jogos de Tóquio, em 2021, o desempenho de Caio foi abaixo do esperado. Ele terminou os 20km na 13ª colocação.

“Depois de Tóquio, eu sentei comigo mesmo e falei: ‘E aí, cara, é isso mesmo que você pode fazer?’. Um cara perguntou: ‘Foi difícil essa prova?’. Não, difícil foi o dia que marchei na rua pela primeira vez e fui xingado. Falei para meu pai que estava pronto para ser marchador, foi dia que decidi ser xingado sem ter problema”, emocionou-se Caio após a prova. Na disputa de hoje, o brasileiro saiu muito à frente do pelotão, mas logo cedeu posições enquanto media o ritmo. Ao fechar 10km, um momento chave da prova, Caio estava novamente na liderança, com os atletas ainda próximos. O brasileiro voltou a ceder posições 2km depois, chegando a ficar em 19º, mas sem perder distância do pelotão de elite, em um momento em que os atletas passavam a se dispersar mais.

Fechando os 14km, Caio aumentou o ritmo e encostou em Daniel Pintado, do Equador. Eles eram seguidos de perto pelo campeão olímpico em Tóquio, o italiano Massimo Stano. Junto do trio, o espanhol Álvaro Martin também se destacou. Um sobraria além do pódio. A última volta teve o distanciamento de Pintado na frente. Ele se junta ao compatriota Jefferson Pérez, ouro em Atlanta-1996 e prata em Pequim-2008, nos 20km da marcha atlética. Esta é a quarta participação de Caio em Olimpíadas. Na primeira, em Londres 2012, ele terminou carregado por uma cadeira de rodas. “Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética. Valeu a pena pagar o preço. Hoje eu pude falar para meu pai e para minha mãe: ‘Nós somos medalhistas olímpicos’”, comemorou em meio às lágrimas.

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“Essa prova aí, parece que nós estamos brincando de rebolar? Vai rebolar 20km, cara! Tem gente que pergunta: ‘Qual o intuito dessa prova?’ É uma competição de quem caminha mais rápido e ganha de você correndo”, brincou Caio. O atleta equatoriano Pintado não bateu o recorde olímpico de 1h18min46s, do chinês Ding Chen, por apenas 9 segundos. Caio terminou 14 segundos atrás do líder e dois na frente do medalhista de bronze. O Brasil também foi representado na prova por Matheus Correa e Max Batista, que terminaram em 28º e 39º, respectivamente. Max teve uma vitória simplesmente em conseguir participar da prova. Às vésperas da Olimpíada, ele precisou ir à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para conseguir disputar os Jogos de Paris, junto de Hygor Gabriel e Lívia Avancini, também do atletismo. Os atletas tiveram problemas com a bateria antidoping.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Marcelo Bamonte

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