Paris-2024 ‘mais rápida, mais alta, mais forte’ também graças à IA

Tecnologia permitirá editar automaticamente momentos-chave de 14 modalidades, de acordo com as preferências dos detentores de direitos audiovisuais e do público-alvo nas suas plataformas digitais e redes sociais

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2024 17h28
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Roslan RAHMAN / AFP E-sport Cerimônia da abertura dos jogos é nesta sexta-feira (26)

“Mais rápido, mais alto, mais forte”, também em tecnologia? Da Inteligência Artificial (IA) às redes de telecomunicações de nova geração, as empresas participantes dos Jogos Olímpicos de Paris pretendem aplicar o lema olímpico para promover as suas inovações perante uma audiência global. Além dos benefícios ao nível da imagem corporativa de se associar a um dos eventos mais acompanhados do planeta, gigantes da tecnologia como Alibaba, Atos, Intel, Cisco e Samsung apresentarão em Paris-2024 “conceitos inovadores” destinados a “mudar a cara do esporte”, afirmou o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre seus poderosos parceiros.

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Primeira implantação olímpica de IA

O COI lançou a sua “Agenda Olímpica de IA” em abril para definir o impacto que poderia ter no esporte. Na prática, Paris-2024 será o primeiro evento olímpico com amplos exemplos de aplicação desta tecnologia. Uma inovação que permitirá gerar resumos de eventos em vídeo sob medida e personalizados em tempo quase real, “criando eficiências na produção e edição” para a Olympic Broadcasting Services (OBS), subsidiária audiovisual do COI.

Liderada pela gigante americana Intel, esta inovação permitirá editar automaticamente momentos-chave de 14 modalidades, de acordo com as preferências dos detentores de direitos audiovisuais e do público-alvo nas suas plataformas digitais e redes sociais. “A cada fã, nas diferentes plataformas, pode ser oferecido o conteúdo adequado”, promete a empresa americana.

Para este novo serviço, os modelos foram treinados esporte a esporte com conteúdos extraídos dos vastos arquivos de vídeo administrados pela OBS, que pretende produzir um total de cerca de 11 mil horas de conteúdo durante os Jogos de Paris.

Além de um chatbot para atletas “projetado para fornecer respostas rápidas e fáceis às perguntas mais frequentes”, o COI também terá um sistema baseado em IA para monitorar milhares de contas de redes sociais em tempo real, em mais de 35 idiomas, com o objetivo de proteger os 15 mil atletas e 2 mil funcionários do abuso online.

“Quaisquer ameaças identificadas serão denunciadas, para que as mensagens abusivas possam ser tratadas de forma eficaz pelas plataformas de redes sociais, em muitos casos, antes mesmo de o atleta ter visto” tal publicação, destaca o Comitê, que estima que sejam compartilhadas “500 milhões de mensagens” nas redes durante os Jogos de 2024.

 Cibersegurança impulsionada por IA

Quanto aos serviços de cibersegurança, a Eviden, braço especializado do grupo francês de informática Atos, está a cargo do apoio tecnológico da americana Cisco, enquanto os organizadores esperam que os Jogos sejam submetidos a um grande número de ataques cibernéticos (de oito a dez vezes mais do que o Jogos de Tóquio, realizados em 2021 devido à pandemia).

Um exemplo de ferramenta disponibilizada às equipes pela Cisco é o XDR, que torna visíveis os níveis de ameaças em tempo real, alertando sobre endereços IP com comportamento anômalo, por exemplo, e elimina ameaças irrelevantes por meio de Inteligência Artificial.

“Quando se trata de lidar com 4 bilhões de incidentes potenciais ou eventos de segurança cibernética, não se pode fazer isso sem IA”, disse à AFP Eric Greffier, diretor de tecnologia da Cisco para as Olimpíadas.

“Temos que limpar estes eventos para manter apenas os temas sobre os quais não temos certeza (…) e vamos manter o poder humano para os temas que a IA não consegue tratar de forma automatizada”, acrescentou. “Isso é o que permite ser eficaz”.

5G privado e 8K

Além da IA, Paris 2024 será uma Olimpíada 100% 5G, com redes de telecomunicações “mais rápidas” e a introdução do 5G privado (uma rede móvel adaptada a uma área geográfica específica por meio do uso de uma frequência).

Trata-se de uma inovação tecnológica bem-vinda para garantir a confiabilidade (largura de banda muito elevada, comunicações seguras, etc) da cobertura da cerimônia de abertura no Sena, a maior produção “já feita” na história dos Jogos em termos de equipamentos (com mais de 100 sistemas de câmeras, oito drones, três helicópteros e 200 smartphones implantados nos 85 barcos que transportarão as delegações de atletas em um desfile de 6 km).

A IA também estará presente para apoiar a transmissão de conteúdo ao vivo em 8K, habilitada pelos processadores Intel para expandir os limites do padrão de imagem de ultra-alta definição.

“Houve um enorme progresso na nossa capacidade de implementar redes de forma inteligente e muito mais rápida (…). Estamos mais automatizados, temos mais inteligência no sistema em comparação com Tóquio”, disse Eric Greffier, da Cisco.

*Com informações da AFP

publicado por Tamyres Sbrile

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