Obra de arquibancadas fica interditada pelo menos até segunda-feira

  • Por Agência Brasil
  • 03/04/2014 18h07
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Além disso Instagram/Corinthians Torre de sustentação de parte da cobertura da Arena Corinthians é retirada

Técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego inspecionam, nesta tarde, as obras a Arena Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da cidade, que será palco da abertura da Copa do Mundo no dia 12 de junho. Junto com a empresa Fast Engenharia, eles vão avaliar a instalação de novos equipamentos de segurança na ala das arquibancadas provisórias. O objetivo é definir em quanto tempo isso será feito e estabelecer prazo para a retomada das obras.

Faltando 12 dias para expirar o prazo dado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para entrega do estádio, os trabalhos no setor de arquibancadas provisórias continuarão interditados pelo menos até a próxima segunda-feira (7).

Os trabalhos foram embargados sábado (29), após a morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, que caiu de uma altura de 8 metros. Fábio era funcionário de uma empresa contratada pela Fast Engenharia, companhia terceirizada que prestava serviço para a Ambev, encarregada da montagem das arquibancadas móveis.

Em acordo estabelecido no final da manhã de hoje (3) entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a Fast Engenharia, ficou definido que esta empresa tomará medidas para reforçar a segurança do trabalhador na prevenção de acidentes. Entre as medidas, estão a instalação de um guarda-corpo, a extensão dos cabos longitudinais e a instalação de bandejas de segurança ou redes de proteção.

Para o superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros, a conversa com os responsáveis pela empresa resultou em um bom avanço, já que a empresa se comprometeu “a incrementar as normas de segurança”. Medeiros disse que ainda não se definiu um prazo para a retomada das obras, mas considerou improvável isso ocorrer antes de segunda-feira.

“Podemos não olhar para outras coisas, mas a segurança da vida é sagrada”, afirmou Medeiros. Ele negou que haja pressões para abrir mão da segurança da vida em troca da agilização do término do estádio.

Questionado sobre uma afirmação dada ao jornal Folha de S.Paulo de que, se não fosse pela Copa do Mundo, as irregularidades encontradas poderiam impedir a continuidade das obras de todo o estádio, o superintendente esclareceu que, ao dar essa declaração, estava emitindo uma opinião pessoal, com base nos trabalhos dos fiscais.

O chefe da fiscalização do ministério, Marco Antônio Belchior, informou que, desde o início da construção do Itaquerão. já foram feitas sete inspeções e emitidos 19 autos de infração – os problemas mais frequentes foram relativos a excesso de jornada de trabalho. Segundo Belchior, os casos ainda estão sob investigação.

O advogado da Fast Engenharia, David Rechulski, disse que, embora lamente o acidente seguido de morte, “a empresa não se sente responsável no sentido de ter falhado ou de não ter provido o local com a segurança necessária”. Rechulski garantiu que a empresa vem adotando medidas para aumentar a segurança dos funcionários e se esforçando para não prejudicar o cronograma das obras. De acordo com o advogado, quando ocorreu o último acidente, já tinham sido colocadas 550 placas nos pisos, faltando apenas oito para o término dessa etapa dos trabalhos.

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