Com prata, Edênia completa sexto Mundial Paralímpico seguido com medalhas
Atleta com mais participações em Mundiais Paralímpicos na atual Seleção Brasileira de Natação, Edênia Garcia voltou a fazer bonito ao abrir a sua sexta campanha na competição. A cearense de 30 anos de idade conquistou a medalha de prata na prova dos 50 metros costas na classe S3, no final da noite deste domingo (3), na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do México, onde completou 15 anos de pódios ininterruptos neste grande evento.
Edênia se garantiu na segunda colocação na final ao cravar o tempo de 56s17, ficando atrás apenas da chinesa Qiuping Peng, favorita absoluta ao ouro e que venceu com grande facilidade ao cronometrar 52s51. A grega Alexandra Stamatopoulou obteve o bronze depois de ter sido ultrapassada pela brasileira e superada na batida de mão na hora da chegada. E a nadadora da Grécia ocupou o segundo lugar por pelo menos 40 metros, mas fechou a disputa apenas nove centésimos atrás da cearense.
Desta vez competindo no palco da natação dos Jogos Olímpicos de 1968, Edênia conquistou a sua 13ª medalha em Mundiais e admitiu o peso do seu feito, sendo que já levou três ouros seguidos neste evento nos 50 metros da classe S4 nas edições de Mar del Plata-2002, Durban-2006 e Eindhoven-2010, antes de ainda obter uma prata em Glasgow-2015.
“Essa medalha representa a paixão que eu tenho, que é tão grande pelo movimento paralímpico. Faço tudo o que eu faço, todos os dias, e vou para o treino com uma vontade de fazer melhor todos os dias. E isso se reflete quando eu venho para o meu sexto Mundial e trago uma medalha. É a minha 13ª medalha em campeonatos mundiais e essa é a prova do meu tricampeonato mundial. Então é muito especial pra mim. Saí do Brasil sabendo que eu teria de nadar muito para pegar medalha de prata ou de bronze porque a chinesa (vencedora desta final) era descomunalmente melhor do que todas as outras. Saí do Brasil sabendo que a minha chegada faria a medalha chegar até a mim”, ressaltou a nadadora, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, pouco depois de se garantir no pódio.
Neste ano, por sua vez, Edênia foi requalificada para a classe S3, que é para atletas com menor mobilidade, mas seguiu brilhando para confirmar a sua condição de consagrada competidora dos esportes adaptados. Primeira atleta brasileira a se tornar tricampeã paralímpica, ela comemorou a sua mudança de categoria.
“Se eu ainda estivesse na classe S4, certamente não estaria neste Mundial. Mas a maturidade foi um ponto positivo, que me fez chegar aqui alegre, feliz, me divertindo, mas sempre com muita responsabilidade”, enfatizou a brasileira, que nasceu com polineuropatia sensitiva motora, doença progressiva que prejudica os movimentos de braços e pernas, mas continua rompendo barreiras para continuar como uma grande protagonista do esporte paralímpico.
OUTRA PRATA – Em outra prova realizada na noite deste domingo, o Brasil faturou uma outra medalha de prata no Mundial com a potiguar Cecília Araújo, de apenas 19 anos, que chegou em segundo lugar nos 100m livre categoria S8, com o tempo de 1min08s96. Ela só ficou atrás da norte-americana Jessica Long, lenda da natação paralímpica, que acumulou a sua 25ª medalha de ouro em Mundiais, sendo que ela também é dona de 13 ouros em Jogos Paralímpicos. Com um tempo de 1min08s96, a atleta assegurou novamente um lugar no topo do pódio ao cronometrar 1min06s83. O bronze ficou com a também norte-americana Julia Gaffney (1min13s90).
Na última prova da noite, no México, o brasileiro Thomaz Matera foi bronze nos 400m da classe S13 (baixa visão) ao completar a distância em 4min43s66. A vitória ficou com o bielorrusso Ihar Boki, enquanto a prata foi obtida pelo espanhol Ivan Salguero.
Outros dois brasileiros que participaram de finais neste domingo, Gabriel Souza, estreante em Mundiais, e Joana Neves ficaram distantes do pódio. O primeiro deles terminou em sétimo e último lugar nos 100m livre da categoria S8, enquanto João foi a sétima e penúltima colocada na prova dos 50m borboleta.
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