Hamilton participa de evento em SP, fala sobre racismo e exalta Senna: ‘Sou um pouco brasileiro’

O heptacampeão mundial de Fórmula 1 arriscou algumas palavras em português e estendeu a bandeira do país ao final de sua participação

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2022 15h09
EFE/Antonio Lacerda Hamilton festeja vitória do GP de São Paulo na temporada 2021 da Fórmula 1 Hamilton festeja vitória do GP de São Paulo na temporada 2021 da Fórmula 1

Lewis Hamilton voltou a demonstrar o seu amor pelo Brasil na manhã desta quarta-feira, 13. Em São Paulo para participar de uma palestra em evento fechado, o heptacampeão mundial de Fórmula 1 discursou por cerca de uma hora para uma multidão, falou sobre racismo e ainda enalteceu Ayrton Senna, um de seus maiores ídolos. Principal palestrante do VTEX Day, maior evento de varejo, negócios e inovação digital da América Latina, o britânico foi aplaudido no São Paulo Expo desde o início de sua fala. O público foi ao delírio, principalmente, quando o astro disse se sentir “um pouco brasileiro”, arriscando algumas palavras em português e estendendo a bandeira do país ao final de sua participação.

“Este é o maior público que já vi. Tem um pouco de Brasil em mim”, iniciou Hamilton, após arriscar um “bom dia”, diante de quase 10 mil pessoas. “Neymar me convida para ir ao Brasil todos os anos. Quero passar mais tempo no país e aprender mais dessa cultura”, avisou. Parte significativa da palestra foi dedicada à sua história de vida. Um garoto negro, oriundo de uma família de classe média de uma cidade do interior do Reino Unido, que driblou as adversidades para se tornar o maior campeão da Fórmula 1 e um dos principais esportistas da história. “Sempre fui o único negro nos boxes. Quando eu perguntava o motivo, nunca ouvi uma resposta satisfatória. Acho que eles não estavam realmente interessados em achar uma resposta”, afirmou Hamilton, um dos mais importantes ativistas contra o racismo no esporte mundial. Entre vários projetos, ele criou a Mission 44, uma fundação que capacita profissionais e inclui pessoas negras – o projeto visa formar 150 professores negros para lecionar disciplinas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática nos próximos dois anos em comunidades carentes na Inglaterra.

O público também assistiu a vídeos da trajetória do britânico, desde o início do kart, até momentos marcantes de sua carreira, como a vitória épica conquistada no GP de São Paulo no ano passado, ocasião em que celebrou com a bandeira do Brasil. Seu ídolo, Ayrton Senna, não foi esquecido, é claro.” Ayrton era o piloto que eu queria ser”, disse Hamilton, fã do futebol brasileiro, mas encantado, mesmo, por Ayrton Senna. “Eu jogava futebol, via a seleção brasileira. Mas quando voltava da escola gostava de ver o Ayrton. Fazia isso todo dia”, relembrou. “Quando Ayrton morreu eu estava correndo. Meu pai sempre não me deixava chorar. Então tive que me afastar por alguns instantes”, revelou, a respeito de como reagiu à trágica morte do piloto brasileiro, em maio de 1994, após acidente em Ímola.

Foram três os momentos de maior euforia da plateia. Quando Hamilton iniciou seu discurso, no momento em que disse estar “esperando o passaporte brasileiro” e nos minutos finais da palestra ao segurar a bandeira brasileira, entregue a ele por um dos fundadores do evento, Mariano Gomide. O britânico reconheceu que a categoria carece de um representante do Brasil no grid. “Nós definitivamente precisamos de outro piloto brasileiro na Fórmula 1”. Depois de palestrar e deixar milhares eufóricos, Hamilton participou de um almoço para convidados, onde foram leiloados quatro capacetes autografados no dia pelo britânico. Todo o valor arrecadado será doado ao Instituto Ayrton Senna.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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