Maior lutador da história do MMA? Anderson Silva faz sua última luta neste sábado
Aos 45 anos de idade, ‘Spider’ enfrenta o jamaicano Uriah Hall no UFC Apex, em Las Vegas
Um dos maiores lutadores brasileiros da história do MMA se despede do octógono do Ultimate Fighting Championship (UFC) neste sábado, 31. Anderson Silva, o “Spider”, fará a última luta de sua carreira contra o jamaicano Uriah Hall no evento principal do UFC APEX, às 20h (horário de Brasília) em Las Vegas, nos Estados Unidos. Aos 45 anos de idade, o paulista é o recordista de defesas de cinturão – 10 defesas consecutivas – mesclando as categorias peso-médio e peso-meio-pesado. Especialista em artes mistas, Anderson começou no Taekwondo aos cinco anos de idade e virou faixa-preta no esporte aos 18 anos. No Muay Thai, também conquistou a graduação máxima, assim como no jiu-jitsu com os irmãos Nogueira (Minotauro e Minotouro). Iniciando com lutas menores no Brasil, Spider ganhou visibilidade e estreou em lutas internacionais no Shooto, quando disputou e venceu seu primeiro cinturão contra o japonês Hayato Sakurai em 2001.
No ano seguinte, Silva passou para o Pride e teve bons resultados, mas depois de ser finalizado pelo japonês Daiju Takase decidiu participar de outros eventos, como o Conquista Fight 1, Gladiator FC: Day 2, Cage Rage e Rumble on the Rock 7. Anderson começa sua carreira no UFC somente em 2006, e o início foi avassalador. Logo na estreia, encarou Chris Leben e venceu por nocaute aos 49 segundos do primeiro round, a luta mais rápida de sua carreira. No segundo embate, Anderson enfrentou o campeão dos pesos médios na época, Rich Franklin, e venceu. Há quem diga que essa é a melhor luta de sua trajetória.
Com o cinturão na mão, Anderson fez 16 defesas de título. As mais marcantes foram contra o americano Chael Sonnen, em 2010 e 2012, e contra o compatriota Victor Belfort – a luta do famoso chute frontal no rosto de Belfort. Spider, então, encarou Chris Weidman, onde foi nocauteado pela primeira vez na carreira. Também foi a primeira vez que ele cogitou a aposentadoria. Na revanche no UFC 168, de 2013, o brasileiro quebrou a perna no primeiro round ao tentar um chute baixo lateral em Weidman. Ao retornar da lesão, Anderson enfrentou Nick Diaz e venceu por decisão unânime dos juízes, mas o resultado foi contestado depois da reprovação dos dois atletas no exame antidoping.
Declínio, volta por cima e doping
Spider, então, atravessou a pior fase na carreira. Em fevereiro de 2016, o brasileiro foi à Inglaterra para enfrentar o britânico Michael Bisping, mas acabou perdendo por decisão unânime em luta com cinco rounds e polêmica – Anderson chegou a comemorar uma vitória, mas, na verdade, o juiz havia apenas terminado o terceiro round. Cinco meses depois, nova derrota: Silva aceitou substituir Jon Jones dois dias antes do embate com Daniel Cormier, mas não evitou os fortes golpes do norte-americano e foi derrotado com facilidade. Pressionado, Spider encerrou a má sequência com uma atuação convincente. Mostrando habilidade e experiência, ele superou a juventude e o porte físico de Derek Brunson, dando ainda lampejos dos seus grandes momentos e vencendo por decisão unânime no UFC 208, realizado em 2017.
O pior, no entanto, não havia passado. Anderson Silva foi pego no teste antidoping pela segunda vez meses depois, tendo um gancho inicial de quatro anos de suspensão – a punição foi reduzida para um ano após a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) investigar que o brasileiro, na verdade, havia usado um suplemento contaminado por uma farmácia de manipulação. O veterano voltou aos ringues em fevereiro e em maio de 2019, mas amargou duas derrotas: primeiro, perdeu por decisão unânime para o nigeriano Israel Adesanya; depois, acabou sendo nocauteado pelo estadunidense Jared Cannonier. Tratado como lenda no mundo do MMA, Anderson Silva retorna ao octógono para fazer uma despedida digna de seus bons tempos no UFC, quando encantava o público com sua desenvoltura e repertório de golpes sem dar chances aos adversários.
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