Para Guga, Copa e Jogos Olímpicos não estão sendo aproveitados pelo Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2014 19h42
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Rio de Janeiro, 19 fev (EFE).- Gustavo Kuerten fez nesta quarta-feira duras críticas ao aproveitamento da realização da Copa do Mundo deste ano e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil por parte do poder público, e disse crer que o legado dos dois eventos não será o esperado pela população.

“Nós sofremos dificuldades desde a parte elementar, desde o básico. Copa do Mundo são no máximo dois meses, tem um potencial de contagiar as pessoas de forma espetacular, mas terminará, e não consigo enxergar grandes benefícios. Não há um investimento maior, pontual, para muitos anos”, opinou o ex-tenista em entrevista coletiva concedida no Jockey Club, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde acontece a disputa do Rio Open de tênis.

“Há aquela promessa de mudanças, mas na prática isso não se vê. Nem os aeroportos ainda estão preparados. Para mim, a indignação da população se dá um pouco pelo grau de expectativa que surge, e aí o que acontece é uma falta de respeito com as pessoas. O governo assume compromisso com todos, com o povo de uma forma geral, e não cumpre, aí vemos um esforço quase sobrehumano para cumprir compromissos com a Fifa, e isso causa uma grande insatisfação”, completou.

Usando da ironia, o ídolo disparou contra os privilégios encontrados pela entidade que rege o futebol mundial e pelo Comitê Olímpico Internacional nas visitas de inspeção ao país.

“Em Floripa, por exemplo, eles (Fifa) estão lá agora e nem trânsito podem pegar, as vias são fechadas para eles. Estou achando o máximo, quero que eles ficarem para sempre. A cidade está muito boa, nunca vi tanta segurança por lá. Essa dicotomia é inadmissível, me deixa abismado”, destacou.

Sobre os Jogos Olímpicos especificamente, o ex-atleta tem uma visão mais otimista por acreditar no que chamou de “papel transformador” do evento para a cidade. Contudo, ele reiterou as críticas às duas entidades.

“Eu sempre fui fanático, meu sonho era disputar uma Olimpíada, mas ela não vale mais que uma nação inteira. Tem que se dar um tratamento decente para todos. A Fifa e COI dizem que foi o Brasil quem escolheu receber os eventos, mas eles também escolheram o Brasil. Tem que haver um trabalho em parceria”, ponderou.

No entanto, Guga acredita que o país não fará feio diante dos estrangeiros que chegarão para os dois eventos. Segundo ele, o Brasil gera um fascínio que não é enfraquecido pelos problemas.

“Acho que o Brasil precisa atrair as pessoas por outros benefícios, e isso até acontece. Para os estrangeiros será ótimo, eles vão adorar, e por isso acho que não passará vergonha. Para quem mora aqui é que será ruim. EFE

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