PM diz que há risco de confusão entre torcidas domingo na capital paulista

  • Por Estadão Conteúdo
  • 24/02/2015 07h33

Clube será julgado por conta de brigas entre torcedores no clássico contra o São Paulo

Folhapress Torcida do Corinthians briga durante clássico

Vem mais confusão por aí por causa do risco de confronto entre torcedores em dia de rodada do Campeonato Paulista. Desta vez, o motivo do temor é que a tabela marca para domingo o jogo entre Santos e Linense para as 16 horas, no Pacaembu, e a partida entre Corinthians e Mogi Mirim para as 18h30, no Itaquerão.

Existe o receio de que corintianos e santistas se peguem em pontos da cidade, no metrô e estações de trem, e por isso a Polícia Militar solicitou à Federação Paulista de Futebol a alteração do local do jogo do Santos, mas a entidade não parece disposta a atender o pedido.

Inicialmente, Santos e Linense jogariam na Vila Belmiro. Mas a diretoria santista, pensando em obter uma melhor arrecadação, tentou levar o encontro para uma cidade do interior. Como não apareceram interessados, pediu então que a partida fosse realizada no Pacaembu e a FPF aceitou. A PM é contra, porque considera haver risco de confronto.

“Pedimos à federação para mudar o jogo do Santos. Não dá para fazer dois jogos desses. Estamos aguardando a posição da entidade”, disse o tenente-coronel José Balestiero Filho, comandante do 2.º Batalhão de Choque. Ele espera resposta até quinta-feira. “Se não for mudado, vamos estabelecer um plano operacional para os dois jogos.”

Pelo menos até esta segunda-feira a FPF estava propensa a manter a tabela. “Estamos estudando, mas por enquanto nada muda. São jogos de times grandes contra equipes do interior, não deverá haver problemas”, considera o coronel Isidro Suita, diretor do departamento de competições.

Para o Santos, o jogo será no Pacaembu. “Não acredito em alteração porque a solicitação de mudança foi feita há muito tempo”, disse o presidente do clube, Modesto Roma Júnior.

O Ministério Público tentará intermediar um acordo. “Vou conversar com o comandante do 2.º Batalhão de Choque e com a federação. Se não houver mudança, vai ser preciso estabelecer um plano de segurança muito bem feito por causa dos dois jogos”, entende o promotor Paulo Castilho.

Formação de quadrilha

O enquadramento por formação de quadrilha de torcedores presos em brigas é um recurso que poderá vir a ser usado no Estado de São Paulo. Essa é uma das ideias que estão sendo discutidas pelo Ministério Público com a Secretaria de Segurança estadual e com o Tribunal de Justiça. A proposta é de que seja estabelecida uma política específica para tratar da violência no futebol.

Na semana passada ocorreu uma reunião dos promotores Paulo Castilho (Juizado Especial Criminal) e Roberto Senise (Consumidor) com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e com representantes do Tribunal de Justiça em que se discutiu a elaboração dessa estrutura voltada para o combate à violência no futebol. “O secretário Alexandre será o articulador dessa política de Estado. Queremos ir na causa da violência e não trabalhar com ações pontuais’’, disse Castilho.

Um dos objetivos é que seja criada uma estrutura que tenha o juiz do torcedor (alguém familiarizado com o comportamento das torcidas) e promotores especialistas no tema. Com isso, acredita-se, ficará mais fácil combater a violência. (colaborou Sanches Filho). 

 

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