Procuradoria do Egito acusa 16 pessoas por confronto nos arredores de estádio

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2015 12h13
Facebook/Reprodução Confronto deixa 19 mortos após partida de futebol no Egito

O procurador-geral do Egito, Hisham Barakat, ordenou nesta terça-feira o julgamento de 16 pessoas acusadas de protagonizar atos de violência nos arredores de um estádio de futebol em fevereiro, no Cairo, que causaram a morte de 20 torcedores.

A agência oficial egípcia de notícias, “Mena”, informou que parte dos envolvidos são integrantes da organização islamita Irmandade Muçulmana e que o resto faz parte do grupo ultra “White Knights” do clube Zamalek.

Entre os acusados, 12 estão detidos e os outros quatro foragidos, acrescentou a agência.

Segundo as investigações, “a Irmandade Muçulmana, em seu empenho para destruir a estabilidade do país, aproveitou os laços de alguns de seus membros com o grupo ultra do Zamalek, e forneceram dinheiro e explosivos para causarem atos de violência durante as partidas da liga”.

A Procuradoria declarou que o objetivo disso era espalhar o pânico entre as pessoas e paralisar a atividade futebolística. A agência informou que os acusados admitiram ter participado dos crimes e que também planejaram e financiaram os atos.

Alguns integrantes do “White Knights” admitiram ter recebido dinheiro de alguns membros da Irmandade Muçulmana para realizar atos de violência durante o jogo.

Por isso, a Procuradoria os acusa de cometer atos de violência, assassinatos premeditados, ataques a edifícios e instalações públicas e privadas, e posse de explosivos.

Os incidentes ocorreram durante uma partida da primeira divisão do Campeonato Egípcio entre Zamalek e ENPPI, no Cairo.

Segundo o Ministério do Interior, a polícia teve que intervir para evitar danos na propriedade pública depois que torcedores de ambas as equipes queimaram viaturas oficiais e, sem ingresso, tentaram invadir o estádio, que estava limitado a 10 mil pessoas.

Os “White Knights” denunciaram que as autoridades cercaram os acessos ao estádio com alambrados e usaram gás lacrimogêneo, causando desmaios e sintomas de asfixia entre os torcedores.

No dia 25 de fevereiro, o governo egípcio aprovou o reatamento da liga de futebol, mas com jogos de portões fechados, já que o público foi suspenso após os incidentes.

Há registros de distúrbios antes e durante partidas de futebol em outras ocasiões, mas esses foram os mais graves desde o dia 1 de fevereiro de 2012, quando 74 pessoas perderam a vida e 254 ficaram feridas em confrontos no estádio de Port Said entre torcedores do clube local e do Al Ahly.

Esses fatos, sem precedentes no Egito, levaram as autoridades a proibirem a entrada do público aos estádios, embora essa medida tenha sido parcialmente suspensa nos últimos meses.

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