Ucrânia controla nervos em meio a tensão em Kiev e vence EUA no Chipre

  • Por Agencia EFE
  • 05/03/2014 19h24
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Redação Central, 5 mar (EFE).- Com cerca de mil torcedores nas arquibancadas do estádio Antonis Papadopoulos, em Larnaca, no Chipre, o amistoso desta quarta-feira entre Ucrânia e Estados Unidos tinha tudo para ser um jogo de futebol de repercussão e relevância mínimas, apesar de a seleção americana estar às vésperas de definir quais serão seus 23 jogadores convocados para a Copa do Mundo.

No entanto, devido à escalada de tensão na ex-república soviética, especialmente na capital Kiev – onde houve dezenas de mortes em protestos populares que derrubaram o presidente Viktor Yanukovich -, e à atuação cada vez mais decisiva de Rússia e EUA no conturbado cenário político do país, a partida ganhou novos contornos e a atenção de todo o mundo.

Dentro de campo, a seleção ucraniana, que não vai disputar o Mundial, jogou melhor e venceu por 2 a 0, com gols de Andriy Yarmolenko e Marko Devic, um em cada tempo. E fora das quatro linhas, em um estádio neutro e que só foi palco do duelo originalmente marcado para Kharkiv, na Ucrânia, por causa do conflito interno no país do leste europeu, não faltaram manifestações políticas.

Por exemplo, os poucos torcedores ucranianos presentes no pequeno estádio cipriota exibiram uma grande bandeira na arquibancada com a inscrição “A Ucrânia é Indivisível – Um País, Uma Seleção”.

Os jogadores ucranianos não escondiam que aquela não era uma partida qualquer. Havia muito mais em jogo do que a vitória no gramado. Na execução do hino de seu país, que cantaram em russo, o semblante de cada um mostrava que o pensamento estava muito distante da ilha mediterrânea onde jogariam. Depois, de cabeça baixa e abraçados, respeitaram um minuto de silêncio em homenagem aos mortos no conflito interno.

Parecia difícil controlar os nervos diante de uma situação como esta, mas os comandados do técnico Mykhaylo Fomenko conseguiram. A partir do apito inicial, mesmo sem esquecer o que acontecia longe dali, buscaram a vitória.

E começaram a construí-la aos 12 minutos, quando Denis Garmash recebeu longo lançamento dentro da área e bateu rasteiro, à queima-roupa. O goleiro Tim Howard deu rebote para o próprio Garmash, que rolou para o meio e encontrou Yarmolenko livre para mandar a bola para o fundo da rede.

Os Estados Unidos sentiram o golpe e quase não se aproximaram da meta defendida por Andriy Pyatov ao longo do duelo. Isolado na frente, o atacante Jozy Altidore não representou uma ameaça. Já a Ucrânia, sóbrio e efetiva, mandou na partida e deu o golpe de misericórdia aos 22 minutos do segundo tempo.

Foi quando Devic, pouco após entrar em campo no lugar de Konoplyanka, tabelou perto do círculo central com Bezus, recebeu passe na frente, enxergou um buraco na defesa americana e arrancou em direção à área. Lá, quase repetiu o lance do primeiro gol: ficou de frente para Howard e errou o primeiro chute. Mas ao invés de passar para um companheiro, não presenteou o rebote e ficou ele mesmo com a honra de marcar. Afinal, sua solidariedade não cabia naquele momento em campo. Tinha outro destino e outros compatriotas na Europa Oriental.

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Ficha técnica:.

Ucrânia: Pyatov; Fedetskiy, Khacheridi, Kucher e Shevchuk (Makarenko); Rotan (Edmar), Tymoschuk, Konoplyanka (Devic), Garmash (Bezus) e Yarmolenko; Zozulja (Husyev). Técnico: Mykhaylo Fomenko.

EUA: Howard; Cameron, Onyewu, Brooks e Castillo (Shea); Jones (Williams), Kljestan (Johannsson); Bedoya (Boyd) Dempsey e Johnson; Altidore (Agudelo). Técnico: Jürgen Klinsmann.

Gols: Yarmolenko e Devic (Ucrânia).

Árbitro: Leontius Trattou (Chipre).

Cartão amarelo: Fedetskiy (Ucrânia).

Estádio: Antonis Papadopoulos, em Larnaca (Chipre). EFE

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