Anticoncepcional evitou 200 mil casos de câncer de útero na última década, aponta estudo

  • Por EFE
  • 05/08/2015 08h35
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Cartelas de pílulas anticoncepcionais. (Foto de Greg Salibian/Folhapress) Folhapress Anticoncepcional

O uso de anticoncepcionais orais protege a longo prazo de desenvolver câncer de endométrio, o tipo de tumor uterino mais comum, e na última década preveniu 200 mil casos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela revista médica britânica “The Lancet Oncology Journal”.

Um grupo de cientistas da Universidade de Oxford, especialistas em epidemiologia, estimaram que nos últimos 50 anos foram evitados 400 mil casos de câncer de endométrio, nos países de renda mais alta, graças às pílulas anticoncepcionais.

Valerie Beral, pesquisadora principal do projeto e que lidera estudos internacionais sobre câncer de mama, ovários e endométrio, explicou que o “efeito protetor” da pílula se mantém no tempo e “persiste durante décadas”.

“As mulheres de 20 anos ou inclusive mais jovens seguem se beneficiando dos efeitos aos 50, quando a aparição de câncer é mais comum”, explicou Valerie Beral.

Beral acrescentou que outras pesquisas provaram a eficácia da pílula, que contém hormônios para prevenir a gravidez, na proteção contra o câncer de ovários, e esclareceu que “o povo costuma se preocupar porque acredita que os anticoncepcionais causam câncer, mas a longo prazo a pílula reduz o risco de contrai-lo”.

Para obter os resultados, os cientistas reuniram dados de mais de 27 mil mulheres que sofriam com este tipo de câncer de 36 estudos elaborados em diferentes áreas do mundo -entre as quais se incluem América do Norte, Europa, Ásia, Austrália e África do Sul-, a maior amostra epidemiológica reunida até o momento.

Os resultados mostraram que, por cada 5 anos de uso da pílula, o risco de padecer de câncer endometrial se reduzia um quarto.

Nos países com rendas altas o efeito é ainda maior, pois tomar anticoncepcionais durante 10 anos reduz o risco de desenvolver a doença, antes dos 75 anos, de 2,3 a 1,3 casos por cada 100 pessoas, segundo o estudo.

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