Após dar alta à família de vítima do ebola, EUA ainda monitoram 262 pessoas

  • Por Agencia EFE
  • 20/10/2014 21h19
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Miriam Burgués.

Washington, 20 out (EFE). – As autoridades americanas ainda mantinham em observação por ebola nesta segunda-feira 262 pessoas no Texas e em Ohio, depois que familiares e amigos do liberiano Thomas Eric Duncan, que contraiu o vírus em seu país e morreu nos Estados Unidos, concluíram a quarentena sem ter desenvolvido sintomas da doença.

Em Dallas (Texas), 43 pessoas que tiveram contato com Duncan, entre elas sua noiva, Louise Troh, e o filho que têm em comum, terminaram hoje o período de 21 dias de isolamento recomendado pelas autoridades de saúde, já que é neste tempo que o vírus se manifesta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Duncan chegou aos EUA em setembro para se casar com Louise quando o vírus ainda estava incubando sem que ele soubesse. O liberiano morreu no dia 8 desse mês no Hospital Presbiteriano de Dallas, onde esteva internado.

Hoje, as autoridades de Dallas detalharam que ainda há outras 120 pessoas em observação por terem tido contato com Duncan ou com as enfermeiras Nina Pham e Amber Joy Vinson, que trataram o liberiano no hospital, se contaminam e estão internadas.

Além disso, conforme informou a Prefeitura de Dallas em comunicado, foram iniciadas hoje as análises da urina e das fezes de Bentley, o cachorro de Nina, em busca do rastro do vírus. Desde que a enfermeira foi internada no último dia 10, as autoridades passaram a monitorar Bentley e o mantêm em isolamento.

O medo de um possível surto nos EUA se deu na semana passada quando se soube que, antes de ser diagnosticada, Amber Joy fez uma viajem de avião de Cleveland (Ohio) a Dallas com pouca febre, e com o aval de um funcionário dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Por precaução, as autoridades de saúde de Ohio seguem monitorando um total de 142 pessoas, sendo três isoladas, pois tiveram contato com Amber.

Ontem, o Pentágono anunciou a formação de uma equipe militar especializada em resposta rápida para combater o ebola nos EUA que será formada por 30 pessoas, sendo 20 enfermeiras de terapia intensiva, cinco médicos especializados em doenças infecciosas e cinco treinadores de protocolos. O treinamento desses profissionais está previsto para começar ainda nesta semana.

Até o momento, o presidente de EUA, Barack Obama, se mostrou reticente a vetar os voos vindos dos principais países afetados pelo ebola na África Ocidental (Guiné, Serra Leoa e Libéria), como reivindicam vários políticos republicanos.

O senador Marco Rubio (Flórida), por exemplo, planeja implantar em breve um projeto de lei para suspender as viagens entre EUA e esses três países africanos, conforme antecipou hoje seu gabinete em comunicado, no qual alude às “muitas incertezas” que rodeiam o ebola e “ameaçam à segurança nacional”.

Perante as acusações republicanas de falta de liderança e de lentidão para controlar o avanço do vírus, Obama designou na sexta-feira Ron Klain como “czar” federal ou “coordenador de resposta ao ebola”, que terá como tarefa tramitar a atuação do governo em nível doméstico.

O porta-voz adjunto de Obama, Eric Schultz, declarou hoje aos jornalistas que Klain começará a trabalhar já nesta quarta-feira.

Além disso, segundo Schultz, nos contatos mantidos nos últimos dias com os líderes mundiais, entre eles vários europeus, Obama alcançou compromissos financeiros na luta contra o ebola de, pelo menos, US$ 300 milhões, assim como o envio de equipes e recursos aos países africanos mais afetados pelo vírus. EFE

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