Argentina pagará credores, mas não esclarece posição após decisão dos EUA
Buenos Aires, 16 jun (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, garantiu nesta segunda-feira que pagará aos credores que aceitaram as trocas de dívida e ressaltou sua vontade de negociar, mas denunciou tentativas de “extorsão” e não esclareceu sua posição após a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que sacudiu a economia do país.
Em mensagem transmitida por cadeia nacional, Cristina assegurou que, no próximo dia 30, a Argentina, arbitrando “todos os instrumentos e estratégias necessários”, pagará US$ 900 milhões a 92% dos credores que aderiram às reestruturações de 2005 e 2010.
Cristina disse que a Argentina sempre demonstrou de forma “clara” sua vontade de negociação e de pagamento, mas afirmou que não se submeterá à “extorsão” dos chamados “fundos abutres”.
A presidente não esclareceu, no entanto, a estratégia legal que seguirá perante a decisão do Supremo dos EUA, que se recusou a revisar a decisão que determinou que a Argentina pague US$ 1,3 bilhão aos fundos de investimento que não aceitaram as trocas da dívida pública após a moratória de 2001, o que praticamente esgota as possibilidades legais do país de evitar esse desembolso.
Os altos magistrados ratificaram a sentença de primeira instância confirmada pela Corte de Apelações do Segundo Circuito de Nova York em agosto do ano passado.
O anúncio foi uma surpresa para o governo argentino, que esperava pelo menos que a Corte Suprema optasse por pedir a opinião do governo dos EUA no caso, decisão que teria postergado o andamento do caso por pelo menos mais um ano.
O governo argentino já advertiu que, se honrar o pagamento com os detentores de bônus que aceitaram a troca de dívida e aos fundos querelantes que não o fizeram, o país ficaria à beira de uma nova moratória.
“Isso forçaria o país a encarar um sério e iminente risco de moratória, com graves ramificações para a Argentina, os detentores de bônus e os mercados financeiros”, indicaram os advogados da Argentina em um documento apresentado na Suprema Corte no final de maio. EFE
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