Ban pede que luta contra o terrorismo vá além de plano militar

  • Por Agencia EFE
  • 19/11/2014 15h20

Nações Unidas, 19 nov (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu nesta quarta-feira que a luta contra grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI) tem que ultrapassar o plano militar e responder aos motivos que permitem o avanço do extremismo.

“Olhar para estas questões só através de uma lente militar demonstrou seus limites”, assinalou Ban durante a abertura de um debate no Conselho de Segurança sobre a luta antiterrorista.

O diplomata coreano insistiu que o extremismo violento que cresce no Iraque e na Síria e a chegada de combatentes estrangeiros a esses países “não são somente problemas de segurança, são também desafios políticos e de desenvolvimento que afetam a estabilidade e o tecido social de comunidades, países e regiões”.

“As pessoas precisam de igualdade e oportunidades em suas vidas, precisam sentir inclusão por parte de seu governo e confiança em seus líderes”, ressaltou.

Ban advertiu sobre a importância de “evitar respostas ao terrorismo que exacerbem o problema”, por exemplo, quando os ataques militares não são suficientemente precisos e fazer com que comunidades inteiras se sintam vítimas.

“Esses abusos não são só imorais, são contraproducentes. Devemos assegurar que todas as ações e políticas antiterroristas obedeçam as leis de direitos humanos e humanitárias”, assinalou.

Ban lembrou ao Conselho de Segurança que apesar dos esforços internacionais o número de homens e mulheres que se unem ao EI e outros grupos jihadistas continua crescendo, e já supera os 15 mil, vindos de mais de 80 países.

Ele pediu que todos os Estados implementem as normas solicitadas pelas Nações Unidas para combater esse fenômeno e conter a “crescente ameaça” que as organizações jihadistas representam, sob cujo jugo vivem hoje “milhões de pessoas”.

Ban lembrou que as novas tecnologias e a globalização facilitaram o trabalho dos extremistas, permitindo divulgarem sua mensagem e se beneficiarem de financiamento ilegal, por exemplo, através da venda de petróleo, como faz o EI. EFE

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