BC tem total confiança na convergência da inflação para meta em 2016, diz diretor
Bandeira do Brasil do lado de fora da sede do Banco Central
Bandeira do Brasil do lado de fora da sede do Banco CentralO Banco Central tem plena confiança na possibilidade de levar a inflação para o centro da meta de 4,5 por cento no final do próximo ano, afirmou nesta sexta-feira o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon, acrescentando que a postergação do objetivo poderia fazer a inflação atual ser ainda maior.
“A estratégia é levar a inflação à meta no final de 2016 e temos confiança total que conseguimos fazer isso”, disse Volpon a jornalistas após reunião no Rio de Janeiro do Grupo dos Trinta, organização privada internacional de debate econômico-financeiro.
“Acredito que se o BC não tivesse definido a data em 2016, tivesse definido uma data mais longe, a inflação de hoje seria maior”, completou o diretor, para quem há ainda “um ano e meio de luta” na convergência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o alvo perseguido.
As declarações foram dadas um dia após a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) vir à público, com o BC endurecendo o discurso após ter elevado a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, quinta alta consecutiva dessa magnitude, para 13,75 por cento ao ano.
O documento levou em conta dados anteriores à divulgação do IPCA de maio, na quarta-feira. O índice acelerou a alta a 0,74 por cento na comparação mensal, bem acima do esperado pelo mercado, chegando a 8,47 por cento em 12 meses, maior taxa acumulada desde dezembro de 2003.
O tom utilizado pelo BC, que apontou a necessidade de “determinação e perseverança” no combate à inflação, fez parte do mercado acreditar que o atual ciclo de aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado, mesmo diante do enfraquecimento da atividade econômica.
Questionado sobre essa interpretação, Volpon afirmou nesta sexta-feira que a ata foi objeto de maior atenção por conta da escalada dos preços em maio.
“Acho que a ata foi lida em função do IPCA. Estava meio que influenciando a interpretação da ata”, disse.
Na véspera, a presidente Dilma Rousseff disse que a inflação de 2015 “preocupa bastante”, mas ressalvou que o governo está tomando todas as medidas para estabilizar a situação.
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