Berlusconi prepara seu retorno à política após absolvição no caso Ruby

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2015 09h11

Roma, 11 mar (EFE).- O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi deve se reunir nesta quarta-feira em Roma com membros de seu partido, Forza Itália (FI), para tentar recuperar sua influência e preparar sua volta à política, depois que a Corte Suprema confirmou sua absolvição no “Caso Ruby”.

Berlusconi ficou absolvido das acusações de suposto abuso de poder e incitação à prostituição de menores.

“Juro que não me embebedo, mas desta vez sim, faremos um brinde”, afirmou Berlusconi, após conhecer a decisão do Supremo que confirmou nesta madrugada a sentença de absolvição ditada em segunda instância pelo Tribunal de Apelação de Milão em julho de 2014 e apelada pela promotoria dessa cidade em novembro.

“Tirei um peso de cima de mim. E é uma alegria, sem dúvida, mas também é um grande pesar pensar como as coisas poderiam ser diferentes se não tivesse sido vítima desta horrível perseguição…”, acrescentou, segundo a imprensa local.

O empresário, que acaba de concluir sua pena de um ano de serviços sociais por fraude fiscal pelo “caso Mediaset”, se mostrou contente de fechar este capítulo mas lamentou o sofrimento que viveu estes últimos cinco anos.

Depois que os magistrados do Supremo revelaram seu veredicto, membros de seu partido não demoraram em felicitar o líder, como o conselheiro político do FI, Giovanni Toti, que destacou que a absolvição de Berlusconi “põe o ponto e final a um pesadelo para a democracia”.

Hoje, Berlusconi deve se reunir em Roma com membros de sua formação para recuperar o que viu perdido durante estes anos por ser envolvido em diversos processos judiciais e ser obrigado a permanecer fora do parlamento italiano: o controle do partido e sua liderança.

Agora, com a condenação de serviços sociais por fraude fiscal cumprida e com este episódio fechado, o ex-primeiro-ministro está decidido a “voltar à política”, como ele mesmo reconheceu após saber da decisão.

Com seu retorno, Berlusconi quer fortalecer um partido que nos últimos meses está se fragmentando e recuperar também sua influência no parlamento na hora de tomar decisões que determinem o futuro da Itália.

O líder do FI foi condenado pelo Tribunal de Milão a 7 anos de reclusão à qual somava-se, além disso, a de inabilitação perpétua para o exercício de um cargo público, por ser considerado culpado de manter relações sexuais com a jovem marroquina Karima el Marough, apelidada Ruby, quando esta era menor de idade.

Além disso, foi acusado de abuso de poder, pois o Tribunal sustentou que fez uso de sua posição política quando realizou uma ligação a uma delegacia de Milão para pedir que libertassem Ruby, detida por um furto.

Berlusconi recorreu à sentença e foi absolvido em julho de 2014 pelo Tribunal de Apelação de Milão, que determinou que não tinha como saber que a jovem era menor de idade. EFE

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