Brasil diz que não há solução na Síria se as partes recebem apoio externo

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2014 15h26

Montreux (Suíça), 22 jan (EFE).- O Secretário-Geral das Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Eduardo dos Santos, afirmou nesta quarta-feira, na abertura da Conferência de Paz para a Síria, na Suíça, que “não pode haver uma solução para o conflito se as partes que se enfrentam continuam recebendo recursos financeiros e armas a partir do estrangeiro”.

Ele se referia assim ao apoio, tanto financeiro quanto logístico, que países como Arábia Saudita e Catar estão emprestando aos grupos armados da oposição; enquanto o regime de Damasco conta com a ajuda de seu principal aliado na região, o Irã.

“Só as negociação podem levá-los a um compromisso aceitável que conduza a uma paz substancial”, afirmou Eduardo dos Santos.

Ele instou às partes a iniciar um “diálogo urgente e indispensável” para poder avançar em uma “reconciliação nacional” que ponha fim à violência e aos abusos dos direitos humanos.

O Secretário-Geral das Relações Exteriores do Brasil pediu ainda que a transição política que se espera concordar no fórum seja conduzida “unicamente por sírios” para cumprir com as legítimas aspirações de seu povo, “sem intervenção estrangeira nem a militarização do conflito”.

“Esta conferência precisa impulsionar o processo sírio com o apoio da comunidade internacional, o que não é o mesmo que um processo internacional que conte com a participação dos sírios”, ressaltou.

Embora consciente das dificuldades do processo, Eduardo dos Santos se mostrou otimista a respeito das possibilidades da diplomacia de chegar a um bom termo nas negociações, esforços que, conforme detalhou, já culminaram na adoção da “Declaração de Genebra I” em junho de 2012, e no acordo para o desarmamento químico da Síria, em setembro de 2013.

Ele também lembrou que o Brasil, desde o setembro de 2013, decidiu facilitar a concessão de vistos a todos os sírios que buscam asilo. Somente no ano passado, 283 cidadãos da Síria chegaram ao Brasil fugindo da guerra. EFE

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