Ação conjunta de PF com polícias de RJ, PR e SP deflagra operação contra organização criminosa ligada a tráfico de drogas

Ação engloba 92 mandatos, incluindo policial civil e jornalista no Rio de Janeiro, acusado de fazer a contabilidade da organização

  • Por Heverton Nascimento
  • 19/06/2024 13h27 - Atualizado em 19/06/2024 13h39
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Reprodução / Polícia Civil do RJ Operação PF, Civil RJ e Civil MG, e Corregedoria SP Operação apreendeu mala cheia de dinheiro, armas e carros de luxo

A Polícia Federal, em conjunto com as polícias Civil do Rio de Janeiro e Minas Gerais e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo deflagra nesta quarta-feira (19) uma operação para cumprir 92 ordens judiciais contra uma organização criminosa, com núcleo estabelecido no oeste do Paraná, responsável por distribuir drogas para os Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 7 mandado de medidas cautelares diversas e 29 mandados de buscas e apreensões em endereços ligados aos suspeitos. Além disso, foi determinado o sequestro de 17 veículos, entre caminhões e carros, e o bloqueio de bens móveis, imóveis e ativos financeiros de 24 pessoas e 13 empresas. A ação acontece simultaneamente em cinco Estados: Paraná (Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema), Rio de Janeiro (capital), São Paulo (capital), Minas Gerais (Ribeirão das Neves) e Santa Catarina (Balneário Camboriú). Um dos alvos pode estar, segundo informações, no Paraguai.

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Investigação

A investigação, de alta complexidade, começou em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Com as investigações, identificado um dos locais usados para armazenamento da droga, onde, durante cumprimento de buscas, foi localizado um bunker, sob um chiqueiro de porcos, um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, além de grande quantidade de munição de fuzil. A investigação apontou que a droga era retirada da região dos lagos do Itaipu, armazenada em chácaras na região de Toledo, no Paraná, e posteriormente transportada em fundos falsos de caminhões frigoríficos para envio ao destino, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul, entregues a facção nacionalmente instalada. A escolha de caminhões com cargas frigorificadas advém da dificuldade de fiscalização, já que o rompimento do lacre pode comprometer todo o produto. Durante as investigações, foram apreendidas quase sete toneladas de maconha, avaliadas em cerca de dez milhões de reais. Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, que foi afastado das funções na primeira fase e agora foi preso. Ele auxiliava na logística da distribuição e com informações privilegiadas obtidas em razão das funções. Dias antes da deflagração, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo, na Cidade de Marechal Cândido Rondon, no Paraná. Um deles morreu no local e o outro, o policial civil de São Paulo, ficou gravemente ferido. As investigações, conduzidas pela polícia civil local, com apoio da equipe da DENARC, apontaram que os dois também eram alvos desta operação.

Eles foram presos em edifício luxuoso, na Cidade de Toledo, para onde mudaram logo após o crime. Segundo apurado, o desacerto entre os membros da organização advém do esfacelamento causado pela Operação Carga Fria, com suspeitas sobre os delatores e disputa de liderança, já que o chefe permanece preso. Outro preso é o jornalista Ricardo Lyra Ribeiro, diretor do “Jornal Corporativo” e do jornal “Nação Brasil”. Ele e apontado como responsável pela contabilidade do grupo criminoso e pela guarda dos valores e gerência das contas bancárias do bando. Na casa onde estava o jornalista, os policiais da Core apreenderam uma mala cheia de dinheiro e carros de luxo. A movimentação milionária do grupo criminoso era feita com dinheiro em espécie e por meio de contas bancárias abertas em nome de laranjas. Investigações apontam que a organização movimentou, em cerca de quatro anos, mais de cem milhões de reais. Com o proveito da atividade criminosa, os investigados adquiriam bens móveis, imóveis e ouro. Os chefes da organização ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.

 

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