Ação investiga esquema de corrupção; polícia faz buscas em sede da prefeitura do RJ e prédio de Crivella

Crivella teve um aparelho celular de sua residência apreendido pela polícia

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2020 08h11 - Atualizado em 10/09/2020 11h28
Reprodução/TV Globo Agentes da Polícia Civil foram à sede da prefeitura do RJ

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil, por intermédio da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF/PCERJ), realizam, nesta quinta-feira (10), operação para cumprir 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio. A ação busca investigar possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração municipal carioca, sendo desdobramento da primeira fase da Operação Hades, executada em 10 de março deste ano. Há informações de que veículos da Polícia Federal estão na sede da prefeitura do Rio de Janeiro. O prédio onde mora o prefeito Marcelo Crivella, na Barra da Tijuca, também recebeu agentes. Um aparelho celular do prefeito foi apreendido.

As diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários na Capital, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis. A ação conta com a participação de membros do GAESF/MPRJ, GAECO/MPRJ e GAECC/MPRJ, bem como de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

A investigação teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso no âmbito da operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense. Veio dele a expressão “QG da Propina” para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da Prefeitura apesar de não ter cargo oficial. Ele é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves – os dois foram os principais alvos dos mandados de março, e Marcelo foi exonerado logo depois.

O suposto QG funcionaria assim, de acordo com o delator: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques a Rafael, que faria a ponte com a Prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas – aqui, o operador mediaria o pagamento. Nesta semana, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que também almeja à Prefeitura, também foi alvo de operação – por suposto caixa 2 na eleição de 2012. Ele negou irregularidades e protestou contra a ação, que atribuiu a motivos políticos. Os dois devem protagonizar a eleição deste ano no Rio. Além da operação de hoje, Crivella se vê envolvido em outro escândalo: o dos “Guardiões”, caso revelado pela TV Globo. Servidores da Prefeitura eram pagos para fazer “plantões” na porta dos hospitais e impedir que a população denunciasse as más condições da Saúde em entrevistas para a emissora de televisão.

*Com Estadão Conteúdo

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