AMB pede audiência com Cardozo para tratar de investigações sobre empreiteiras

  • Por Estadão Conteudo
  • 19/02/2015 18h02
***FOTO EMBARGADA PARA INTERNET*** SÃO PAULO, SP. 15.11.2014: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Coletiva de imprensa com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as recentes operações da Polícia Federal. (Foto: Luciano Amarante/Folhapress) Luciano Amarante/Folhapress Coletiva de imprensa com o ministro da Justiça

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) informou nesta quinta-feira, 19, que encaminhou na quarta-feira, 18, um pedido de audiência ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para propor uma varredura na gestão das empreiteiras citadas na Operação Lava Jato. De acordo com o presidente da AMB, João Ricardo Costa, há uma preocupação “com a pressão política que parece se intensificar sobre as investigações da Operação Lava Jato”, afirmou, em nota. 

“O Judiciário precisa conduzir esse processo e avançar com independência no combate à corrupção e à impunidade. A Operação Lava Jato trouxe fortes indícios de que muitas dessas empreiteiras que estão sendo investigadas atuam como verdadeiras organizações criminosas cartelizadas que estão saqueando os cofres públicos há anos. É necessário que o Executivo promova uma investigação profunda, além das denúncias da Petrobras”, defendeu o magistrado.

Na avaliação da AMB, o fato de advogados de defesa dos acusados na Operação Lava Jato terem solicitado ou participado de audiência com os ministros faz parte da democracia. “É fundamental para a democracia que os advogados atuem na amplitude das suas prerrogativas, de forma incondicional” Costa pondera que “estas mesmas garantias devem ser exercidas dentro de um conceito radicalmente republicano”. “Neste caso específico a conduta dos advogados induz em uma atuação voltada para pressionar o uso do poder político sobre o Judiciário”, afirma.

O presidente da AMB diz ainda que para cada decisão da Justiça, há “infindáveis recursos” e que não se pode aceitar pressões políticas em julgamentos. “O que não podemos admitir é a tentativa de pressionar o Poder Judiciário e os juízes que atuam no processo, muito menos qualquer conduta que tente desqualificar o magistrado que preside as investigações em questão”, alerta Costa. Segundo a AMB, a expectativa é que o ministro receba a representantes da entidade na próxima semana, em Brasília.

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