Anvisa manda recolher lotes de massa com suspeita de contaminação
Agência solicitou o recolhimento dos lotes da fabricante japonesa Keishi
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou o recolhimento de lotes de massa da fabricante japonesa Keishi, produzidos entre 25 de julho e 24 de agosto, com suspeita de contaminação de matéria-prima. Uma fiscalização efetuada na empresa, em São Paulo, detectou o uso de propilenoglicol contaminado na produção das massas. O insumo industrial teria sido fornecido pela Tecno Clean e é utilizado na fabricação de petiscos, que pode ter relação com mortes de cães em nove estados e no Distrito Federal. O composto é utilizado para amaciar e evitar o surgimento de fungos em alimentos. As autoridades suspeitam que o composto foi contaminado por monoetilenoglicol, conhecido como etilenoglicol, que pertence à mesma família da substância responsável pela morte de dez pessoas, em 2019, quando as vítimas consumiram a cerveja Belorizontina, produzida pela Backer. “Como parte da investigação sobre o caso do propilenoglicol contaminado com etilenoglicol que causou intoxicação e morte de animais, fornecido pela empresa Tecno Clean Industrial Ltda, o órgão de vigilância sanitária realizou inspeção na BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda [que adota o nome fantasia Keishi] e verificou que a empresa adquiriu e usou o referido insumo contaminado como ingrediente na linha de produção de massas”, disse a nota da Anvisa publicada na quarta-feira, 21. A substância é tóxica e, se ingerida, afeta as membranas celulares, causando vômitos, diarreias e tremores. Se não tratada, outros órgãos podem ser atacados. Ainda de acordo com a Anvisa, foi constatada a compra e uso do lote AD5053C22 de propilenoglicol. O lote teria sido vendido com o chamado grau de pureza USP. O certificado é visto por laboratórios de análise em produtos que seguem as normas determinadas pela Farmacopeia dos Estados Unidos.
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