Anvisa pede alteração de bula da vacina de Oxford após ligação com casos de trombose

Em mais de 4 milhões de doses da vacina aplicadas, foram registrados 47 casos suspeitos de eventos adversos tromboembólicos

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2021 22h19
Luis Lima Jr./Estadão Conteúdo Enfermeira segurando seringa. Ao fundo, logo da AstraZeneca Anvisa manteve a recomendação para continuar aplicando o imunizante, alegando que os benefícios superam os riscos do uso da vacina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu que a bula da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford seja alterada após a ligação com casos de trombose. A informação foi divulgada pela própria agência na noite desta quarta-feira, 7. Segundo a Anvisa, “Tratam-se de casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos associados à trombocitopenia e, em alguns casos, sangramentos que podem estar associados ao uso da vacina”. Entretanto, segundo o comunicado, os casos foram relatados em alguns países. No pedido, a Anvisa mantém a recomendação para continuar aplicando o imunizante, alegando que os benefícios superam os riscos do uso da vacina.

Segundo dados da Anvisa, em mais de 4 milhões de doses da vacina aplicadas, foram registrados 47 casos suspeitos de eventos adversos tromboembólicos, com apenas um sendo associado a trombocitopenia. Todos os casos foram registrados no VigiMed, que é um sistema utilizado para notificar eventos adversos no uso de medicamentos e vacinas no Brasil. Entretanto, a agência afirmou que não foi possível estabelecer uma relação direta entre os 47 casos suspeitos e o uso da vacina, assim como não foram identificados fatores de risco para a ocorrência do evento.

Na nota, a Anvisa explica que entende que pode haver uma relação entre a vacina e os casos, mas ressalta que o risco para “ocorrência de coágulos sanguíneos é baixíssimo”, mas pede que a população procure atendimento médico imediato caso sinta algum sintoma. Agência também ressaltou que a maioria dos efeitos colaterais que ocorrem após a aplicação da vacina são transitórios e não duram “mais que alguns poucos dias”. Por fim, o órgão regulador afirma que os eventos devem ser notificados pelo VigiMed e que os dados inseridos são essenciais a análise e identificação do produto para informar o fabricante do material.

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