Após liminar impedindo paralisação, motoristas do Rio recorrem e pedem para “aguardar”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/11/2017 13h54
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Divulgação/RioOnibus A categoria exige um reajuste de 10% do salário, pagamento de vencimentos atrasados, garantia de recebimento do 13ºsalário, férias, INSS, auxílio alimentação e cesta básica

Uma disputa judicial ameaça o protesto de profissionais rodoviários marcado para esta terça-feira, no Rio de Janeiro. Em meio aos escândalos de corrupção envolvendo políticos e empresas de transporte público no Estado, motoristas e cobradores de ônibus da capital aprovaram uma paralisação de advertência nas primeiras horas desta terça-feira, 21, em protesto pelo atraso no acordo coletivo da categoria, entre outras reivindicações.

A orientação era manter apenas 30% da frota funcionando, no período das 4h às 9h, como determina a lei, segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio). Mas o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) obteve liminar na justiça na última sexta-feira impedindo a paralisação.

“Como sindicato, a gente acata a decisão judicial. Mas já recorremos ao Tribunal Superior do Trabalho. Se não conseguirmos reverter essa liminar, vamos recorrer ainda hoje ao Superior Tribunal Federal. A orientação aos trabalhadores é aguardar até o final do dia. Confiamos que essa liminar será suspensa porque é uma afronta ao direito constitucional de manifestação”, afirmou Sebastião José, presidente do Sintraturb-Rio.

A categoria exige um reajuste de 10% do salário, pagamento de vencimentos atrasados, garantia de recebimento do 13ºsalário, férias, INSS, auxílio alimentação e cesta básica. O sindicato afirma ter entrado com 11 ações coletivas na justiça do trabalho contra 11 empresas do município que estão atualmente com a folha de pagamento de funcionários atrasada.

“Pedimos que essas empresas regularizem imediatamente o pagamento dessas pessoas”, disse Sebastião José.

De acordo com o sindicato, a categoria está com o dissídio atrasado desde junho. Uma nova assembleia de trabalhadores está marcada para o próximo dia 30 de novembro, quando será votada a realização de uma paralisação geral por tempo indeterminado.

O sindicato dos motoristas de ônibus contabiliza que, de janeiro a outubro, foram registradas 5.140 demissões no setor. Sebastião acredita que, com a saída de circulação em breve de 637 ônibus antigos, outros 1.200 trabalhadores possam ser dispensados.

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