Após pedido de Bolsonaro, bloqueios de rodovias caem para 73 em 7 Estados nesta quinta-feira

Santa Catarina e Mato Grosso são responsáveis pela maior parte dos atos que ainda persistem, totalizando 51 manifestações

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2022 06h37 - Atualizado em 03/11/2022 10h35
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Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Rodovias bloqueadas Jair Bolsonaro classifica bloqueios e interdições de rodovias pelo Brasil como protestos ilegítimos em seu discurso em vídeo publicado nas redes sociais na última quarta-feira

O quarto dia de manifestações contra a eleição democrática de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou com movimentação em queda nas rodovias federais e estaduais. Neste momento, segundo a Polícia Rodoviária Federal, ocorrem 73 protestos, sendo 60 interdições (fluxo parcialmente impedido) e 13 bloqueios (fluxo totalmente impedido), em 7 Estados brasileiros. Na noite da última quarta-feira, 2, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeos nas redes sociais, no qual classificou as manifestações nas vias estaduais e federais como formas ilegítimas de protesto, pedindo que os manifestantes permitissem a passagem de veículos. Ele disse ainda ver as manifestações como democráticas desde que não interrompessem o “direito de ir e vir” dos cidadãos e não fossem prejudiciais à economia brasileira. A movimentação vem ficando cada vez mais fraca ao longo do dia. Também segundo a PRF, às 6 horas da manhã, 86 rodovias possuíam pontos de interdição ou bloqueio em 11 Estados do Brasil. Dentre eles, Santa Catarina e Mato Grosso mantinham a maioria dos atos, sendo o primeiro com 30 e o segundo com 27. Atualmente, os dois Estados possuem 51 mobilizações.

Os atos tiveram início na noite de domingo, 30, após a divulgação do resultado da eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a PRF, desde então, já foram desfeitas 876 manifestações em rodovias. Na segunda-feira, 31, o ministro Alexandre de Moraes, que preside o TSE e faz parte da 1ª turma do Supremo Tribunal Federal, emitiu uma decisão judicial a pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) para que os governos federal e estaduais agissem pelo fim das mobilizações, que classificou como antidemocráticas, por ocorrerem por insatisfação com o resultado de eleições limpas e seguras. A decisão apontava ainda omissão da PRF e possibilidade de multa e prisão do diretor da corporação, Silvinei Vasques. Na madrugada da terça-feira, o STF formou maioria em apoio à decisão de Moraes. E, ao longo do dia, o ministro emitiu nova decisão, permitindo que as polícias militares dos Estados atuassem na desmobilização dos atos nas rodovias e impondo multas aos envolvidos nos protestos apontados como ilegais.

A ação mais direta da Polícia Militar, por vezes com uso de grupos táticos e do Choque para desocupação das vias, além de equipamentos como balas de borracha e bomba de efeito moral, contribuiu para reduzir a quantidade de bloqueios, e até encerrá-los em alguns Estados. Na noite do feriado de finados, o vídeo de Bolsonaro foi mais um elemento a contribuir pela redução do movimento, que logo se deslocou para os centros das cidades, ainda com a mesma motivação opositora à eleição democrática de Lula.

*Texto em atualização

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