Após queimadas, brigadistas florestais lutam por regulamentação e melhores condições de trabalho
Projeto de lei na Câmara dos Deputados propõe a inclusão de assistência médica, psicológica e seguro de vida para os profissionais, em resposta ao aumento da demanda gerada pela crise climática
Os brigadistas florestais, que desempenham um papel crucial no enfrentamento das queimadas no Brasil, ainda enfrentam a falta de regulamentação em sua profissão. Atualmente, esses profissionais, contratados pelo governo federal, recebem um salário mínimo de R$ 1.412, além de um adicional de insalubridade de 20%. Em capitais como Brasília e Rio de Janeiro, a remuneração pode alcançar até R$ 1.953, dependendo da localidade. A busca pela regulamentação da profissão é uma prioridade para a categoria, que visa não apenas aumentar os salários, mas também melhorar as condições de trabalho. A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados que propõe a inclusão de assistência médica, psicológica e seguro de vida para os brigadistas, em resposta ao aumento da demanda gerada pela crise climática.
Os brigadistas atuam sob contratos temporários que têm duração de até seis meses, sem possibilidade de prorrogação. Além do salário, eles recebem um auxílio-alimentação de R$ 1.000, e podem contar com auxílios para transporte e educação infantil. Segundo dados do Ibama, até o final de agosto, 1.907 brigadistas foram mobilizados para o combate a incêndios, somando um total de 2.728 profissionais do Ibama e do ICMBio envolvidos na linha de frente. Lucas Alves Maia, de 27 anos, é um exemplo de brigadista que atua na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Desde 2016, ele tem se dedicado a essa função e, mesmo sem um contrato ativo, participa anualmente do processo seletivo, colaborando com o Ibama e recebendo diárias que variam entre R$ 335 e R$ 425. Para se candidatar, é necessário ser alfabetizado e ter a certificação do curso de formação de brigadas do Ibama ou do ICMBio.
O trabalho realizado pelos brigadistas é extremamente exigente, com turnos que podem se estender por até 36 horas. A profissão é caracterizada por um alto nível de risco, e recentemente, três brigadistas perderam a vida enquanto estavam em serviço. Lucas Maia ressalta a natureza imprevisível do combate a incêndios, onde mudanças repentinas nas condições climáticas, como a direção do vento, podem criar situações de grande perigo.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Marcelo Seoane
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