Após toxina, pontos de produção de ostras são liberados em Santa Catarina
Após a interdição no último dia 19, Santa Catarina liberou para comercialização a maior parte dos pontos de produção de ostras, vieiras, mexilhões e berbigões. O estado é o maior produtor de moluscos do Brasil e segundo maior da América Latina, respond…
Após a interdição no último dia 19, Santa Catarina liberou para comercialização a maior parte dos pontos de produção de ostras, vieiras, mexilhões e berbigões. O estado é o maior produtor de moluscos do Brasil e segundo maior da América Latina, respondendo por cerca de 95% da produção brasileira de mexilhões e ostras. No total, 24 pontos estão liberados e apenas 15 permanecem interditados.
As liberações começaram na última sexta-feira (27) e as últimas ocorreram ontem (31), quando foram disponibilizados quatro pontos em Florianópolis e quatro em Palhoça. A maior parte da produção de ostras do estado (85%) está concentrada em Florianópolis. Na capital, apenas um ponto segue interditado, na Praia do Forte.
A interdição se deu pela detecção da presença da toxina paralisante (PSP), que pode causar diarreia, náuseas, vômitos, dores abdominais, perda de sensibilidade nas extremidades do corpo e, em casos severos, paralisia generalizada e óbito por falência respiratória. Os sintomas podem começar a aparecer imediatamente ao consumo dos moluscos contaminados. Casos mais graves são mais raros e dependem da quantidade de moluscos consumida e do grau de contaminação deles.
“Das áreas liberadas, nenhuma havia dado positivo para a toxina. Estávamos monitorando de forma preventiva e os resultados das análises mostraram que poderíamos liberar. As áreas que deram positivo, continuam dando positivo e só serão desinterditadas após dois resultados negativos seguidos”, explicou o gerente de Aquicultura e Pesca da Secretaria de Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Sérgio Winckler.
Medida de segurança
A toxina é produzida por uma alga e foi detectada em moluscos em Penha, Balneário Camboriú, Governador Celso Ramos e Porto Belo. Como uma medida de segurança, o governo decidiu interditar a produção em todo o litoral até que fosse comprovado que não há contaminação. A presença da toxina foi constatada também em Bombinhas e na Praia do Forte, em Florianópolis.
Segundo Winckler, os testes continuam sendo feitos e as áreas serão liberadas à medida que não estiverem mais contaminadas. O gerente diz que os produtos que estão sendo comercializados são identificados e seguros para o consumo.
A presença das toxinas é um fenômeno natural, que ocorre em toda a costa brasileira geralmente em quantidades baixíssimas, que não causam nenhum dano.
O aumento da concentração pode ter sido causado por fenômenos climáticos. De acordo com a Secretaria da Agricultura e da Pesca, a presença de PSP em moluscos no litoral de Santa Catarina é relativamente rara, sendo sua primeira detecção registrada em 1997.
Produção
Com 589 produtores espalhados ao longo de 12 municípios costeiros, a atividade pesqueira gera cerca de 1,5 mil empregos diretos no processo produtivo em Santa Catarina.
Estima-se ainda o envolvimento de mais 5 mil postos de trabalho ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a produção de equipamentos e insumos até a distribuição e venda para milhares de consumidores finais.
Segundo a Síntese Informativa da Maricultura, divulgada pelo Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Cedap), a produção de moluscos comercializados em 2015 por Santa Catarina foi de 20.438 toneladas.
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