Aras: Alinhamento com Bolsonaro não é ‘submissão’
Durante sabatina na Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal nesta quarta-feira (25), o subprocurador Augusto Aras, indicado para o cargo de Procurador-Geral da República (PGR) por Jair Bolsonaro (PSL) falou sobre um possível “alinhamento” com o presidente. Apesar de ter sido escolhido, segundo o próprio chefe do Executivo, por ser alguém “alinhado” com suas bandeiras, Aras disse que esse nivelamento de ideias não significa “submissão”.
“Não faltará independência a esse indicado. Não há alinhamento no sentido de submissão a nenhum dos Poderes, mas de respeito que deve a relação desses Poderes”, declarou , acrescentando que “não existe independência” entre os Poderes sem “harmonia”. “Harmonia no sentido de que o sagrado interesse público prevaleça. Independência sem harmonia pode gerar conflito”, continuou.
Ele é o primeiro indicado, desde 2003, que não fazia parte da Lista Tríplice, dos três primeiros da eleição interna feita por procuradores da República. Até então, outras lideranças respeitavam a lista, mas essa não é uma exigência legal.
Lava Jato
Aras também elogiou Operação Lava Jato, classificando-a como um “marco” para o país. Ele defendeu as “boas práticas” da operação, mas frisou que a investigação é “passível de correções” e que, apesar de o mérito individual dos procuradores precisar ser reconhecido, a confiança da sociedade deve se voltar às instituições.
“Boas práticas da Lava Jato devem ser estendidas a todos os níveis de atuação, aprimorando métodos. Mérito individual dos procuradores deve sempre ser reconhecido, mas a confiança da sociedade deve se voltar às instituições em homenagem ao princípio da impessoalidade”, afirmou. O subprocurador também disse que fará uma “atuação firme, mas equilibrada” no cargo.
Próximos passos
Após a sabatina, Aras será submetido ao plenário da Casa, onde precisará dos votos favoráveis de 41 de um total de 71 senadores.
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