Babá de Henry Borel muda depoimento mais uma vez e nega ter visto menino ser agredido por Dr. Jairinho

Em testemunho nesta terça-feira, 6, a cuidadora alegou ter sido manipulada por Monique Medeiros e disse sentir medo da mãe do menino

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2021 12h18 - Atualizado em 07/10/2021 15h58
MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 06/10/2021 Testemunhas e acusados do Caso Henry Borel no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Primeiro dia de audiências do Caso Henry Borel aconteceu nesta terça-feira, 6, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

O primeiro dia de audiências do Caso Henry Borel foi realizado nesta terça-feira, 6, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com depoimentos de testemunhas da acusação. A babá do menino, Thayná Oliveira Ferreira, foi a última a ser ouvida e mudou mais uma vez a sua versão dos fatos. Durante a deposição, Thayná negou ter visto a criança ser agredida por Dr. Jairinho, padrasto do menino. A professora Monique Medeiros, mãe da criança, e o ex-vereador do Rio de Janeiro estão presos há cerca de cinco meses, acusados de envolvimento direto na morte de Henry. No início do seu testemunho, a babá pediu para que Monique saísse da sala. Thayná alegou ter sido manipulada e disse sentir medo da mãe do menino.

Sobre seu primeiro depoimento à polícia, Thayná afirmou ter sido direcionada por Monique. Ela revelou que foi chamada para um conversa com a mãe de Henry em um escritório de advocacia. Lá, a professora teria pedido que a babá falasse que a família era “perfeita”. Em relação ao segundo testemunho, quando foi confrontada pela polícia com mensagens obtidas em seu celular, Thayná mudou a versão e confirmou a conversa com Monique Medeiros. Na ocasião, ela admitiu que sabia das agressões e afirmou que a mãe da criança pediu que ela mentisse para a polícia há duas semanas. Nesta terça, ao Tribunal de Justiça, ela contradisse o seu último depoimento. “Eu não disse que ele era agredido fisicamente, porque eu não vi nenhum ato”, corrigiu a depoente.

Para a babá, sua segunda deposição à polícia foi motivada por medo e por manipulações de Monique. “Me senti usada em que sentido? No sentido de que ela vinha, contava, tentava me mostrar o monstro do Jairinho e eu ficava com todas as coisas ruins na minha cabeça. Era tudo suposição da minha cabeça. Eu nunca vi nenhum ato”, afirmou. Ela, porém, confirmou que o menino sentia dores nos corpos. “No meu entendimento era a Monique que me fazia acreditar em muita coisa e por isso a minha cabeça estava transtornada e eu começava a imaginar um monstro, mas ali no quarto poderia não estar acontecendo nada e eu estava imaginando um monte de coisa”, alegou sobre as possíveis agressões de Jairinho contra Henry.

Outras versões de Thayná

Em um primeiro depoimento na delegacia de homicídios, em março, a cuidadora disse que o relacionamento entre Monique e Jairo era muito bom, que o convívio do casal com menino era o melhor possível e que não visualizava nenhum problema que chamasse a sua atenção. Em abril, porém, a polícia teve acesso a mensagens recuperadas do celular de Thayná entre ela e Monique. As conversas entre as duas revelaram uma insatisfação prévia da professora em sua relação com o parlamentar. Nas mensagens, Monique teria dito à babá que foi agredida e enforcada. Em seguida, Thayná foi convocada para prestar novo depoimento e esclarecer o conteúdo das conversas. Neste segundo testemunho, ela confirmou a troca de mensagens com Monique e admitiu que Henry Borel sofria agressões.

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