Barroso: há ‘impressionante quantidade de indícios de crimes’ contra Bezerra

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2019 19h39
Pedro França/Agência Senado Fernando Bezerra Coelho O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ao presidente da Corte, Dias Toffoli, que há uma “impressionante quantidade de indícios de crimes” na investigação contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), e seu filho Fernando Coelho Filho (DEM).

A manifestação se deu no âmbito de ação que o Senado moveu no STF para tentar derrubar a decisão que autorizou as buscas e apreensões contra os políticos no âmbito da Operação Desintegração, que mira supostas propinas de R$ 5,5 milhões de empreiteiras.

Em reação, Toffoli pediu explicações a Barroso. Inicialmente, a decisão do ministro que autorizou as buscas contrariava posicionamento da então procuradora-geral Raquel Dodge, que se manifestou pelas diligências somente contra pessoas ligadas aos políticos.

Após o fim do mandato de Raquel, o subprocurador-geral Alcides Martins, interino na PGR, se manifestou favoravelmente às medidas cautelares contra o senador e seu filho.

Manifestação de Barroso

Segundo o ministro, o exame dos elementos da investigação “não conferia outra opção que não a decretação da busca e apreensão”. “Não seria republicano nem ético desviar do reto caminho por se tratar de figura poderosa. O Direito e a Justiça valem para todos. Esta é uma das conquistas da civilização”, afirmou.

“Sem antecipar qualquer juízo de valor sobre o mérito da investigação, é fato incontestável que a Polícia Federal reuniu uma impressionante quantidade de indícios de cometimento de crimes por parlamentares – um Senador da República e um Deputado Federal -, juntamente com outros participantes”, completou.

O ministro ainda enumerou o resultado das diligências no gabinete do senador, que, segundo ele e a Polícia Federal, reuniram mais indícios contra Bezerra Coelho.

Operação Desintegração

Nas diligências dentro do Senado, alvo de questionamento do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM), foram apreendidos papeis que, segundo Barroso, mostram contatos do senador com outros investigados, como seus supostos operadores de propinas, além de referências a “doadores ocultos” de campanhas políticas

Na casa do filho de Bezerra Coelho, a PF confiscou R$ 120 mil. Parte do dinheiro estava fracionada em envelopes. O carro encontrado na casa de Fernando Coelho Filho estava em nome de um dos investigados, apontado como operador de propinas, de acordo com os investigadores.

*Com Estadão Conteúdo

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