‘BC não pode lançar produtos sem consultar a segurança pública’, diz diretor do Procon sobre o Pix

Em entrevista ao Pânico, Fernando Capez afirmou não acreditar que limitações de horários previnem crimes com o uso do Pix: ‘Uma estratégia seria manter o Pix e bloquear o saque de valores nas primeiras 48 horas’

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2021 15h56
Fernando Capez fala no estúdio do programa Pânico Fernando Capez, diretor do Procon-SP e ex-deputado estadual, foi o convidado do programa Pânico desta sexta-feira, 24

Nesta sexta-feira, 24, o programa Pânico recebeu Fernando Capez, diretor do Procon e ex-deputado estadual por São Paulo. Em entrevista, ele falou sobre a reunião que fez com o Banco Central para discutir os casos de roubos e sequestros via Pix. “O Pix foi uma grande conquista tecnológica, promoveu a inclusão de milhões de pessoas. Tudo isso é muito importante, foi um avanço muito legal. Mas tivemos uma reunião de alto nível com o Banco Central. Falamos que não se pode lançar produtos sem consultar a segurança pública. São muitos sequestros relâmpagos ligados ao Pix. Você vê pelo Procon os golpes ligados ao Pix, e também latrocínio. Limitar a R$ 1.000 durante o período noturno é dizer que a vítima ficará com o sequestrador até o amanhecer. Não adianta deixar ao critério do consumidor, porque na hora que o assaltante chega, se descobre que tem um limite baixo, ele mata a pessoa. É dever de todos nós pensar em estratégias preventivas que inibam o crime em seu nascedouro. Uma estratégia seria manter o Pix e bloquear o saque de valores nas primeiras 48 horas. Não adianta armar a população e deixar andar com o Pix, é o criminoso que convive com a violência.”

Fernando ainda defendeu o crescimento do Procon nos últimos dois anos e se mostrou preocupado com a venda de produtos falsificados em lojas de comércio digital. “Duas milhões de pessoas de São Paulo usaram o Procon nos últimos dois anos. A gente faz audiência online, vocês não tem um Procon ideológico, nós somos um Procon pró-mercado, cumprimos a lei e somos justos. Em um ano, paguei todos os funcionários, aluguéis, 380 Procons conveniados, demos casa e estruturas, tivemos um superávit de R$ 380 milhões. O órgão ajuda, não dá prejuízo, não custa nada. (…) Não quero elogiar o Shopee por enquanto, estamos de olho nessa plataforma, vendem tênis Nike por R$ 38. O Shopee vai ter dor de cabeça aqui no Brasil se não seguir os passos do Mercado Livre.”

Confira na íntegra a entrevista com Fernando Capez:

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