Blocos de rua arrastam multidões nas capitais do país

Blocos como Galo da Madrugada, Cordão da Bola Preta e Tarado Ni Você agitam o Sábado de Carnaval; em Florianópolis, foliões reclamaram da organização

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2023 13h49
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PAULO CARNEIRO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A atriz Paolla Oliveira, musa do Bloco Cordão do Boa Preta, durante desfile que reúne milhares de foliões na Avenida Antonio Carlos, no centro de Rio A atriz Paolla Oliveira, musa do Cordão da Bola Preta, durante desfile que reúne milhares de foliões na Avenida Antonio Carlos, no centro do Rio

O publicitário Renan Ramires, de 40 anos, acordou animado neste Sábado de Carnaval, 18. Frequentador da folia paulistana desde o início dos 2010, quando São Paulo não era o destino preferido dos foliões e apenas restritos grupos de amigos se reuniam na Vila Madalena (zona oeste), o morador de Santo André estava ansioso pela volta dos desfiles dos blocos na capital paulista após dois anos de severas restrições por causa da Covid-19. De lá para cá, o Carnaval paulistano ganhou dimensões estratosféricas e virou o “point” preferido dos turistas, superando até Rio de Janeiro e Salvador. Ramires era um entre os milhares que foram ao Tarado Ni Você, bloco que desfila pelo centro da capital paulista ao som de músicas de Caetano Veloso e seus parceiros musicais — destaque para Gal Costa, morta em 2022 e homenageada pelo Ni VocÊ. Ao todo, a cidade oferece 62 “bloquinhos” espalhados por todos os cantos (mas a maioria está na região central). “Só neste sábado vou a quatro blocos. Só paro de madrugada. Finalmente o Carnaval voltou”, comemorou Renan.

No Rio de Janeiro, a folia foi puxada pelo tradicionalíssimo Cordão da Bola Preta. Fundado em 1918, o bloco costuma arrastar multidões nos Carnavais, e não poderia ser diferente nesta festa pós-pandêmica. O desfile contou com a participação de famosos, entre eles as atrizes Paolla Oliveira e Leandra Leal. Além do Bola Preta, outros 47 blocos autorizados pela Prefeitura do Rio desfilarão neste Sábado de Carnaval. Destacam-se Afoxé Filhos de Gandhi (Centro), Banda de Ipanema (zona sul), Amigos da Onça (zona sul), Bloco da Terreirada (Centro) e Empolga às 9 (zona sul). Segundo a prefeitura, o público estimado para este Carnaval na Cidade Maravilhosa é de 5 milhões de pessoas.

Belo Horizonte, Salvador, Recife, Brasília e Florianópolis também registraram bom público. Em BH, o sábado amanheceu chuvoso, mas não impediu os mineiros de curtirem a festa. Destaque para o Então, Brilha, que levou uma multidão para o centro da cidade. João Guilherme, filho do cantor Leonardo, preferiu ir ao Quando Come se Lambuza. “Minhas expectativas são altas. Estou tomando vinho às 9 horas da manhã”, anunciou o influenciador em um vídeo nas redes sociais. Na capital pernambucana, o Galo da Madrugada teve participação de diversos artistas, entre eles Juliette e Pablo Vittar. A cantora Gaby Amarantos se fantasiou de Beyoncé para curtir “o maior bloco do mundo”.

Em Florianópolis, foliões reclamaram da organização. Segundo eles, o Carnaval está restrito ao centro, as ruas estão cheias de tapumes — o que dificulta a movimentação — e a revista da polícia é demorada. “E às vezes um pouco agressiva”, disse um turista, que preferiu não se identificar. Queixas semelhantes foram feitas em redes sociais como o Twitter e o Instagram. A Polícia Militar afirma que nenhum incidente foi registrado. Com as reclamações, muitos estão preferindo curtir o feriado na praia, longe da agitação dos blocos. Problemas com o cheiro de urina foram relatados em todas as capitais, apesar dos banheiros químicos disponibilizados pelas prefeituras. “O excesso de gente causa isso. Aqui em São Paulo árvore vira banheiro mesmo”, lamentou Ramires.

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