Bolsonaro afirma que pegou gravação da portaria ‘antes que fosse adulterada’

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2019 14h52
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Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo jair-bolsonaro-amazonia.jpg Presidente voltou a dizer que a voz na gravação "não é dele"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (2), em entrevista à imprensa ao sair do Palácio da Alvorada, que acessou a gravação da portaria do condomínio Vivendas da Barra, onde tem uma casa, para que o material não fosse adulterado.

“Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, disse.

Reportagem do Jornal Nacional informou na última terça-feira que o porteiro teria dito à polícia que horas antes do homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Élcio de Queiroz, suposto motorista do carro usado na data do assassinato, entrou no condomínio e pediu para ir à casa 58, onde mora Bolsonaro.

No entanto, na quarta, a procuradora do Ministério Público Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que o porteiro mentiu no depoimento, e que Élcio teria ido para a casa de Ronnie Lessa, também acusado de matar Marielle.

Essa declaração da Procuradoria ocorreu depois que Carlos Bolsonaro (PSC) publicou em suas redes sociais uma relação de áudios, em que apontou que a chamada citada pelo porteiro foi feita às 17h13 para a casa 65, de Ronnie Lessa, e não a 58, de Jair Bolsonaro.

Alguns fatos geraram controvérsia, como o fato da perícia ter sido feita em 2h25min, e somente após a divulgação do caso pelo Jornal Nacional. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) teve acesso às gravações no dia 14 de outubro.

O presidente da Associação dos Peritos Criminais Federais disse que “faltou rigor científico” na perícia feita pelo MPRJ e que a análise foi “muito superficial”. Segundo ele, isso deveria ter sido feito por uma perícia oficial que, a nível estadual, está ligada com a Polícia Civil e, em uma esfera nacional, à Polícia Federal.

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