Bolsonaro critica lockdown dos Estados e diz que avanço das restrições é para desestabilizar o governo

Presidente diz que medidas são irresponsáveis e volta a defender tratamentos sem comprovação científica

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2021 15h46 - Atualizado em 11/03/2021 15h47
LUIZ GOMES/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO - 29/11/2020 Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento por parte de governadores Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento por parte de governadores

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar nesta quinta-feira, 11, os decretos de lockdown impostos por Estados e afirmou que as medidas de restrições tem o proposito de desestabilizar o governo federal. O chefe do Executivo classificou como irresponsáveis as restrições que limitam o funcionamento do comércio e a circulação de pessoas e disse que essas decisões poderiam ser tomadas apenas por ele ou pelo Congresso Nacional. “O que eu tenho ouvido nas minhas andanças é que o povo quer trabalhar. E quem é que rema contra isso aí? E com que intenção? Não vou falar que não tem coração, porque coração já demonstrou que não tem. Agora, tem uma tremenda ambição. Parece que tem gente lutando pelo poder e só consegue atingir a figura do presidente da República tomando medidas como essa”, disse.

Bolsonaro também comentou sobre a crise financeira gerada pela pandemia do novo coronavírus e afirmou que medidas de restrição poderão levar a economia ao colapso. “Até quando nossa economia vai resistir? Se colapsar vai ser uma desgraça. O que poderemos ter em breve é invasão em supermercados, incêndio em ônibus, greves, piquetes, paralisações”, disse. “O efeito colateral de combate ao vírus está sendo mais danoso que o próprio remédio. Lockdown não é remédio.” O chefe do Executivo ainda criticou o governador João Doria (PSDB), que anunciou o endurecimento de medidas restritivas em São Paulo nesta quinta-feira. “Nós aqui buscamos salvar emprego. Na ponta da linha, o outro, como o [governador] de São Paulo, por exemplo, vai para a destruição.”

O presidente participou ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, de um evento promovido pelo Sebrae em Brasília. Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica e que não seguem as orientações para os quais eles foram desenvolvidos, também chamado de tratamento off label. “Informações que temos é que em muitos casos tem dado certo. Aconteceu comigo, fiz o tratamento off label e deu certo”, afirmou. O presidente ainda colocou em dúvida o número de mortos registrados pela novo coronavírus. ” Tenho vários atestados de óbitos comigo, várias comorbidades, e lá embaixo tá escrito ‘suspeita de Covid’, enta na estatística de morte por Covid”, afirmou. O Brasil voltou a bater o recorde de mortos diários pela Covid-19 nesta quarta-feira, 11, ao registrar 2.286 novas vítimas fatais, aumentando o total para 270.656.”

Bolsonaro também rebateu as críticas de que o governo federal se omitiu diante da urgência da pandemia. “A acusação de negacionista, terraplanista, genocida, não cola. Demonstrei que o governo federal está fazendo tudo desde o começo. Não podemos eleger um responsável pelo seu insucesso. Somos todos responsáveis, mas alguns estão errando, e muito”, afirmou. O presidente defendeu a vacinação como principal meio de combate à pandemia e afirmou que sempre foi favorável aos imunizantes, desde que houvesse aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Abrimos compra de todos os laboratórios, depois que eles foram comprovados pela Anvisa, como sempre disse. Nunca neguei a vacina. Lá atrás disse que não tomaria uma vacina sem passar pela Anvisa”, afirmou.

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