Bolsonaro diz que governo vai ‘jogar pesado’ na reforma da Previdência

  • Por Jovem Pan
  • 03/04/2019 10h40 - Atualizado em 03/04/2019 12h54
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Alan Santos/PR Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia alusiva ao plantio de muda de oliveira no Bosque das Nações, em Jerusalém, Israel. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) demonstrou preocupação nesta quarta-feira (3) com a possibilidade de o Congresso Nacional 'desidratar' a reforma da Previdência

O presidente Jair Bolsonaro (PLS) afirmou nesta quarta-feira (3) que o governo quer “jogar pesado” na reforma da Previdência. “Se der certo, tem tudo para fazer o Brasil decolar”, disse ele antes de deixar Israel, onde esteve em visita oficial nos últimos quatro dias.

Bolsonaro demonstrou disposição em ceder em sua proposta de reforma e que considera o Congresso Nacional “soberano para fazer polimentos” e tirar “alguma coisa” do texto. A partir desta quinta-feira, ele vai discutir com parlamentares sobre o assunto.

“Isso [conversas com parlamentares] eu tenho que enfrentar, mas conheço a maioria dos parlamentares. Não tenho problemas em dialogar com eles, não”, comentou.

O presidente, no entanto, mostrou preocupação com a possibilidade de as alterações propostas pelos deputados acabarem “desidratando” o projeto original. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já sinalizou que a capitalização do sistema previdenciário e mudanças na aposentadoria rural e na assistência a idosos de baixa renda (BPC) não devem passar no Congresso.

“A gente gostaria que passasse como chegou, mas sabemos que vai ter mudanças. Não existe projeto que não tem mudança, é coisa rara acontecer isso aí, ainda mais um projeto tão amplo, como é o da reforma da Previdência”, observou o presidente. Segundo ele, não é questão de abrir mão da proposta enviada ao Legislativo. “O deputado que eu fui durante 28 anos, na ponta da linha, sabe onde o calo dele aperta e questiona seu líder, e chega no Rodrigo Maia: ‘Essa questão aqui, se não tirar, a gente vota contra o projeto como um todo'”, disse.

O presidente voltou a dizer que a boa reforma da Previdência é aquela “que passa”. Ele não quis entrar em detalhes sobre pontos aos quais o governo faria vista grossa se os deputados resolvessem fazer alterações. “Quem vai bater o pênalti é a Câmara dos Deputados e, depois, o Senado.”

Segundo ele, o próprio PSL é um partido de formação de base. O presidente também disse contar com votos da bancada ruralista, conforme indicou a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, assim como os da área de saúde.

O presidente comentou não ser contra colocar parlamentares nos ministérios e disse que tem “uns três ou quatro aí” e que eles são até uma forma de sentir melhor a temperatura dentro da Câmara.

Bolsonaro disse ainda que está disposto a dialogar com Maia. Os dois trocaram farpas na semana passada. “Se for a Brasília, estou disposto a conversar, posso ir até à casa do Maia”, comentou. Ele descartou, no entanto, a intermediação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário político nacional. “Pelo que fiquei sabendo, o Doria estava preparando um jantar na sexta agora. Falei para minha assessoria que, para mim, está barra pesada, ‘to’ com 64 anos, não dá para ter uma batida dessa não.”

Para mim, é problema de saúde, é muito voo. Complica, de repente eu ‘to’ aí com problema de saúde”, justificou. Ele disse que, na próxima semana, já terá também “várias saídas” dentro do Brasil. “Sou paraquedista e sei do desgaste que é subir e saltar.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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