Bolsonaro rebate TV sobre envolvimento em caso Marielle: ‘Quero meu nome em pratos limpos’

Em live, presidente se defendeu e afirmou que reportagem mente

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2019 23h23 - Atualizado em 30/10/2019 08h38
EFE Bolsonaro na ONU Registros da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estaria em Brasília neste dia

Minutos depois do Jornal Nacional ter divulgado que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco visitou Jair Bolsonaro em seu condomínio no Rio de Janeiro no dia do assassinato, o presidente fez uma live em sua página no Facebook afirmando que “está à disposição para conversar com o delegado” responsável pela investigação.

“Quero começar a colocar em pratos limpos o que está acontecendo com o meu nome, porque querem me destruir”, declarou. “Pelo que tudo indica, esse processo está ‘bichado'”, continuou.

Segundo o Jornal Nacional, o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra contou à polícia que Élcio Queiroz, acusado de ser o motorista do carro usado no crime, foi ao local às 17h10min do dia 14, com um Logan de placa AGH 8202, e informou que iria até a casa de número 58, que pertence à Bolsonaro.

No entanto, também de acordo com a reportagem, os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que o presidente estava em Brasília neste dia. Na live, Bolsonaro reafirmou que tem registros no painel eletrônico do plenário, tanto no dia 14, quanto no anterior e no posterior a esse, o que pode provar que não estava no Rio de Janeiro.

“Parece que o porteiro ou mentiu, ou foi induzido a cometer um falso testemunho, ou escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou em baixo. A intenção é sempre a mesma, o tempo todo ficam em cima de mim, da minha vida, dos meus filhos, de quem está próximo de mim”, disse.

Críticas à TV Globo

Bolsonaro criticou a TV Globo que, de acordo com ele, está o tempo todo “infernizando a sua vida”. Segundo ele, “a Globo está querendo criar uma narrativa de que deveria se afastar ou de que o povo deveria ir às ruas pedindo o seu afastamento”, assim como ocorreu em outros países da América Latina.

“Vocês não tem vergonha na cara, essa patifaria 24h por dia contra a minha pessoa”, disse, continuando, “agora querem empurrar pra cima de mim, me vincular à morte da Marielle, eu nem conhecia essa vereadora, soube que ela existia no dia que foi executada”.

O presidente afirmou ainda que “quer isentar o porteiro” da culpa, pois “tem certeza que ele não sabe o que assinou”. Ele se desculpou também por “estar exaltado” na live, mas justificou que os “seus filhos e sua família estão sofrendo”.

“Qual é a tentativa? Desgastar o governo federal? Não é que não vão me pegar, não tem o que pegar, daí inventaram essa patifaria para conseguir através de farsas uma possível condenação de um filho meu.”

Bolsonaro acusa Witzel

Bolsonaro acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de ter vazado o inquérito que corre em segredo de Justiça sobre o assassinato de Marielle Franco ao Grupo Globo.

“O senhor se elegeu em cima de mim, e o que fez assim que foi eleito? Se distanciou porque o seu objetivo é ser candidato à presidência em 2022. O seu objetivo é nos destruir”, afirmou Bolsonaro.

Ao chegar ao governo, a primeira coisa que fez foi se tornar inimigo do Flávio porque quer concorrer à presidência em 2022. o senhor quer destruir a família Bolsonaro”, acusou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.