Brasil quita metade da dívida com órgãos internacionais e mantém poder de voto na ONU
Por estar em atraso com obrigações, país poderia perder direito a participar do Conselho de Segurança da entidade
O governo do Brasil realizou, na última semana, o pagamento de metade da dívida que tem com a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros órgãos internacionais, e manteve o poder de voto na entidade, ameaçada pela inadimplência anterior. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), foram R$ 846 milhões pagos a organismos internacionais e R$ 2,8 bilhões a bancos e agências de fomento de 2021, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), dos Brics, grupo que reúne Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. O dinheiro foi liberado através de uma portaria da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento, do Ministério da Economia, publicada em 21 de dezembro de 2021.
Apenas à ONU, foram destinados R$ 354 milhões – dinheiro que garante que o Brasil poderá voltar a ocupar uma vaga temporária no Conselho de Segurança, principal instância decisiva da entidade. Outros órgãos que receberam parte dos valores em atraso foram a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Tribunal Penal Internacional (TPI), a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos (OEA). “O Itamaraty busca permanentemente evitar que atrasos nos pagamentos de contribuições a organismos internacionais comprometam a atuação do Brasil. Nesse sentido, mantém estreita coordenação com o Ministério da Economia e com outros órgãos do governo federal, aos quais sinaliza regularmente as potenciais consequências decorrentes daquelas pendências financeiras”, disse o órgão em nota enviada à Jovem Pan.
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